Caminhada lembra desaparecimento de professora da UFPel

Caminhada lembra desaparecimento de professora da UFPel

Docentes oferecem R$ 10 mil por informações que permitam solucionar o caso

Angélica Silveira

Amigos, familiares, colegas e alunos da universidade participaram de ato

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Uma caminhada lembrando os 30 dias de desaparecimento da professora Cláudia Hartleben foi feita na manhã deste sábado por amigos, familiares, colegas e alunos da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). O grupo, de mais de 200 pessoas, a maioria vestindo alguma peça de roupa branca, carregou cartazes e apitos para chamar a atenção da comunidade para o fato. O evento ocorreu entre o Altar da Pátria, na Avenida Bento Gonçalves e a Praça Coronel Pedro Osório, em Pelotas, no Sul do Estado.

A professora, do curso de biotecnologia da UFPel, desapareceu na noite de 9 de abril. “Queremos sensibilizar as pessoas para que não esqueçam o que está acontecendo. Os alunos estão participando, pois ela é muito querida. Não tenho palavras para definir o que sinto. Acredito que quem fez isso é uma pessoa muito inteligente. Acho que a polícia tem suas suspeitas, mas não tem provas”, afirma, emocionada a mãe de Cláudia, Zilá Hartleben.

A aluna do curso de pós-doutorado de Biotecnologia, Eliza Rossi Komninou, foi a última pessoa a ver a professora antes do desaparecimento. “Ela estava super feliz, conversando, falando besteira. A nossa ideia é continuar pedindo ajuda”, diz. Ela afirma que a polícia tem muito material para ser analisado. “Acredito que a polícia não tenha conseguido analisar todo o material que possui como imagens de câmera de vigilância”, exemplifica.

O diretor do Centro de Desenvolvimento Tecnológico da UFPel, Odir Dellagostin, conta que deste a última semana professores do curso estão oferecendo R$ 10 mil por informações que permitam a elucidação do caso. “Queríamos algo concreto, para contribuir. Conversamos com o delegado que apoiou a ideia. Não houve avanço em relação a esta oferta, mas sempre temos esperança”, afirma.

Dellagostin conta que os alunos não estão sem as aulas que a professora ministrava. “Professores estão dando as aulas que eram da Cláudia e nos laboratórios os alunos estão seguindo com o trabalho, mas não estão ativos, porque ela era muito presente e sentem sua falta”, opina.

O filho da professora, João Félix Hartleben Fernandes relata que não tem no que pensar. “Nunca vi nada parecido. Vamos ver se esta manifestação tem algum efeito. Como ela tinha seus compromissos na Federal e eu estudo na Universidade Federal do Rio Grande (FURG) nos víamos mais nos finais de semana. Fiquei sabendo no dia 10 à tardinha, quando me ligaram, que ela estava desaparecida”, relata. Ele afirma que não ouviu o barulho do carro estacionando na garagem no dia do desaparecimento. “Naquela noite dormi cedo”, comenta.

Na chegada da caminhada, no chafariz da Praça Coronel Pedro Osório, a mãe de Cláudia conduziu uma prece pedindo para que devolvam sua filha. No encerramento do encontro foi solicitado que as pessoas realizem uma vigília pelo Facebook, a partir das 22h45min, compartilhando uma vela postada na página sobre o desaparecimento de Cláudia.


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