Campanha convida sociedade a sugerir medidas ao combate da criminalidade no RS

Campanha convida sociedade a sugerir medidas ao combate da criminalidade no RS

População tem até 20 de outubro para enviar, virtualmente, suas propostas

Christian Bueller

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Uma campanha termina e um manifesto se inicia. Após milhares de inserções de peças publicitárias de conscientização, a iniciativa “1 segundo contra a violência: você decide se ela avança”, chegou ao fim, nesta quarta-feira, com uma solenidade no auditório Romildo Bolzan do Tribunal de Contas do Estado (TCE/RS). O encontro marcou o começo de outra ação, “A Força da Sociedade Contra a Violência”, em que qualquer cidadão poderá participar sugerindo soluções na área.

Lançada em maio, a campanha lançada na Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão (Agert), contou com uma união inédita de todos os veículos de comunicação do RS. Foram publicados 172 anúncios em jornais, veiculados mais de 8 mil inserções de 30 segundos em rádio e 3.500 em televisão para mostrar para a sociedade como as curtas decisões do dia a dia podem contribuir para o combate à criminalidade de maneira geral. “Iniciativas como estas nos ajudam a reduzir a violência. As pessoas costumam a relacioná-la à segurança pública somente. Mas é uma questão multidisciplinar, que impacta na saúde, na economia e no social”, elogiou o vice-governador do RS e secretário estadual da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Jr. Ele lembrou a queda dos índices de criminalidade no estado. “De janeiro e agosto deste ano, tivemos 397 homicídios a menos do que em 2018”, comemorou.

Os meios de comunicação escolheram o renomado cardiologista Fernando Lucchese para representar a sociedade civil no encontro do TCE. O médico apresentou o funcionamento da sequência da campanha. Acessando o site, qualquer pessoa pode, até o dia 20 de outubro, propor quatro sugestões para minimizar a insegurança, preenchendo os campos correspondentes. As ideias serão levadas às autoridades do Executivo, Legislativo, Judiciário e Ministério Público, a quem cabe adotar e coordenar as medidas adequadas para esta ação conjunta. As manifestações podem ser anônimas.

“A violência é a maior doença da sociedade, que precisa cumprir o seu papel. Após uma tragédia, as pessoas ficam esperando pelo Estado. A violência é uma doença que está na nossa mão resolver”, diz Lucchese. O cardiologista ficou lisonjeado com o convite. “E confuso também. Mas, nós, médicos, somos especialistas na vida. Aí eu entendi”, afirmou.

O presidente do Grupo Record RS, Reinaldo Gilli, saudou a mobilização considerada histórica no Rio Grande do Sul. “Nosso grupo junto com os outros veículos entendemos a importância dessa campanha para prestarmos nossa contribuição a fim de diminuir a insegurança no nosso estado” conta. O primeiro passo está dado, segundo Gilli. “Prestamos contas para que as autoridades possam dar sequência a esta causa nobre, o combate à violência, e termos uma sociedade ainda melhor”.

O diretor-presidente do Correio do Povo, Sidney Costa, corroborou com Gilli. “É um evento muito marcante porque são milhares de pessoas que perdem suas vidas precocemente pela violência doméstica, no trânsito, em assaltos. Os veículos de comunicação chamaram a sociedade para uma reflexão para esta questão”, salienta. Costa lembra que a violência não é só uma questão de Estado, mas também social. “Cada um de nós, cidadãos, temos responsabilidade, com práticas simples no dia a dia: não comprar produtos piratas, não se envolver com as drogas e ser uma pessoa mais sensata. Não sermos geradores de violência que culpe o Estado de não nos dar segurança. Foi um desfecho maravilhoso dessa campanha”, completou, convidando os leitores e internautas a contribuírem com o manifesto.

 


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