Campanha "Não hesite, apite!" do MP conscientiza contra abuso nas praias

Campanha "Não hesite, apite!" do MP conscientiza contra abuso nas praias

Entidade fez divulgação de várias campanhas em Capão da Canoa

Chico Izidro

Veranistas receberam materiais no calçadão

publicidade

Nesta sexta-feira, funcionários do Ministério Público estiveram presentes em Capão da Canoa, divulgando várias campanhas, entre elas a “Não hesite, apite!”. Este é um movimento criado pela Associação das Advogadas, Estagiárias e Acadêmicas de Direito do Estado de São Paulo (ASAS) e pela Casa Isabel, centro de apoio à mulher, à criança e ao adolescente vítimas de violência. O atendimento no Calçadão ocorreu das 10h às 15h.

“A recepção do público tem sido muito boa. As pessoas param para nos escutar e pedir orientações. Entre as ações da campanha, disponibilizamos apitos para as mulheres. É um objeto mais simbólico, no sentido de a mulher poder verbalizar quando está se sentindo ameaçada, agredida”, explicou Denise Casanova Villela, promotora de Justiça e coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Infância, Juventude, Educação, Família e Sucessões (CAOIJEFAM), do Ministério Público do RS. O apito rosa também deverá ser utilizado para coibir a prática de assédio/abuso sexual em ambientes públicos, principalmente no transporte.

O MP desenvolve as suas campanhas ao longo de todo o ano. Mas agora, em dias pré-carnaval, a instituição considerou que poderia alcançar um número maior de pessoas, por isso a ação passou durante a semana por praias, além de Capão da Canoa, como Torres e Tramandaí. “Também estamos trabalhando na campanha Cuidado, o álcool transforma, destinado à prevenção do uso de bebidas por adolescentes”, destacou a promotora. Outras campanhas presentes foram “Quando uma imagem vira pesadelo”, preventiva para a exposição íntima de crianças e adolescentes na internet,

Além de orientações à população, houve a entrega de inúmeros informativos. E até mesmo pirulitos para as crianças. A professora aposentada Mariângela Morais, de Cachoeira do Sul, classificou as campanhas de maravilhosas. “Encontrei material alertando para os riscos de abuso sexual, maus tratos com crianças. Tudo muito bem explicado”, relatou. “Outra coisa, ainda mais que estamos perto do carnaval. Os homens têm e devem respeitar as mulheres, indiferente da roupa que elas estiverem usando. Ainda estou pasma com aquele incidente da jovenzinha com o motorista do aplicativo em Viamão nesta semana. Acredito que a educação básica começa em casa, os pais devem ser ativos em educar os seus filhos”, ressaltou.  

Por sua vez, Maria Alice Jacometti, de Porto Alegre, analisou a evolução dos costumes. “A gente passava a vida sendo agredida, ofendida, e encarava aquilo como normal. E hoje me dou conta que estávamos sendo atingidas na nossa dignidade, feminilidade. Éramos cúmplices por não reagir, por não protestar, não denunciar. Muitas vezes até achávamos engraçado aquilo o que acontecia”, recorda. “E que bom que as coisas estão mudando, com as mulheres podendo protestar. Mesmo que nossa cultura ainda esteja impregnada pelo machismo. Mas agora notamos que as coisas devem ser diferentes”, completou.


Mais Lidas

Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895