Carreata pede o fim do isolamento social em Porto Alegre

Carreata pede o fim do isolamento social em Porto Alegre

Manifestantes ignoraram as orientações das autoridades da saúde e saíram às ruas para pedir a retomada do comércio na cidade

Felipe Samuel

Grupo gritava palavras de ordem e chamava a atenção dos poucos pedestres que acompanhavam o ato na região

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Uma carreata a favor da reabertura do comércio mobilizou centenas de manifestantes nesta sexta-feira em Porto Alegre. Munidos com bandeiras do Brasil e cartazes com mensagens como “O Congresso não se importa com o Brasil”, eles ignoraram as orientações das autoridades da saúde e saíram às ruas para pedir a retomada do comércio na cidade. Ao passar pela principais vias do Centro Histórico, após se reunir no Largo da Epatur, o grupo gritava palavras de ordem e chamava a atenção dos poucos pedestres que acompanhavam o ato na região. 

Organizados em fila em uma faixa e com pisca-alerta ligado, os motoristas tomaram a rua Siqueira Campos e promoveram buzinaços. O contador Sandro Vieira defendeu a mobilização pela reabertura do comércio. Ele garante não temer a propagação do novo coronavírus com a maior circulação da população na Capital. “Estamos aqui democraticamente querendo combater o coronavírus com inteligência e paz. Cada um trabalha e se cuida dos idosos e de todo mundo. Consciência e paz nesse momento”, afirma.


Foto: Ricardo Giusti

 

O motorista de aplicativo César Silva também participou do ato em Porto Alegre. Responsável pelo sustento de quatro pessoas – esposa, dois filhos e a mãe –, ele reconhece que é preciso tomar cuidado para evitar disseminar a Covid-19, mas explica que tem que obter renda para garantir a comida da família. “Como vou sustentar a família se faço três corridas por dia? Caiu rendimento em 90%”, observa. “Tem que ter retomada de serviço para a gente poder sustentar a família. Do jeito que está, está horrível”, completa.

O empresário José Lírio, de 62 anos, que integra o grupo de risco para Covid-19, saiu de Sapucaia do Sul para engrossar o coro a favor da reabertura do comércio no Rio Grande do Sul. O microempreendedor afirma que é preciso reaquecer a economia: “Estou defendendo a retomada do país. O país não pode parar, se não o caos vai ser muito pior”, avalia. Lírio minimiza a possibilidade de disseminação do novo coronavírus com maior movimentação de pedestres. “Está tudo sob controle, não vejo problema. Temos que ter o devido cuidado porque a gente em casa será muito pior.”

oto: Ricardo Giusti

A carreata se estendeu por outras ruas da Capital e se encerrou após passar na Terceira Perimetral, próximo à rua Mário Leitão, no Petrópolis, onde mora o prefeito Nelson Marchezan Júnior. As principais vias de acesso foram bloqueadas por viaturas da Ronda Ostensiva Municipal (Romu) e da Brigada Militar. Surpresos com a movimentação na via, moradores acompanharam das janelas a movimentação de repórteres e de policiais. Apesar do reforço no policiamento, a manifestação terminou sem incidentes.

Em manifestação via rede social, o governador Eduardo Leite afirmou que o decreto publicado pelo Executivo que trata de regras ao comércio no Rio Grande do Sul foi atualizado. “Ele não proíbe comércio, indústria e nem construção civil. Impomos regras que precisam ser observadas pelos empreendedores em cada um desses setores, garantindo higienização constante, itens de higiene pessoal, revezamento de escalas de serviço entre os funcionários e também alterações de jornada para reduzir o contato entre os funcionários”, justifica.


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