Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave continuam crescendo no Brasil, aponta Fiocruz

Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave continuam crescendo no Brasil, aponta Fiocruz

Porto Alegre está entre as 19 capitais que apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo

Correio do Povo

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O novo Boletim InfoGripe, divulgado nesta quarta-feira pela Fiocruz, mostra continuidade do sinal de crescimento do número de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) na tendência de longo prazo para 23 das 27 unidades da Federação. O Rio Grande do Sul está entre os estados que registram aumento.

A análise é referente à Semana Epidemiológica 27, que compreende de 3 a 9 de julho. Tem como base os dados inseridos no Sistema de Informação da Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até 11 de julho.

Além do RS, outros estados que têm crescimento de casos são Acre, Alagoas, Amazonas, Amapá, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina, Sergipe e Tocantins. Apenas Distrito Federal, Goiás, Rio de Janeiro e São Paulo apresentam sinal de estabilidade ou queda nesse período. 

Segungo a Fiocruz, a prevalência entre os casos como resultado positivo para vírus respiratórios foi de 2,4% para influenza A, 0,1% para influenza B, 7,6% para vírus sincicial respiratório e 77,6% para Covid-19. Entre os óbitos, a presença destes mesmos vírus entre os positivos foi de 1,0% para influenza A, 0,1% para influenza B, 1,4% para vírus sincicial respiratório (VSR) e 94,5% para Covid-19. 

Faixa etária

Os dados seguem apontando predomínio do Sars-CoV-2, especialmente na população adulta. O boletim também mostra que o vírus influenza A H3N2 está presente em diversas faixas etárias no Rio Grande do Sul.

Segundo o estudo, apenas o RS teve aumento significativo também nos casos positivos de influenza (gripe) H3N2, embora em volume significativamente inferior àquele associado à Covid-19.

O pesquisador Marcelo Gomes, coordenador do InfoGripe, destaca que os dados laboratoriais e por faixa etária mostram que o quadro de crescimento de SRAG foi decorrente do aumento nos casos de Covid-19.

A análise das curvas de cada UF indicam que, de modo geral, nos estados das regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste observa-se uma desaceleração no ritmo de crescimento. Com alguns estados já indicando formação de platô na análise de curto prazo. No entanto, nas regiões Norte e Nordeste há sinais de manutenção de crescimento ainda em ritmo elevado.

O pesquisador explica que esse cenário pode estar associado ao fato de que a metade sul do país iniciou esse processo de crescimento mais cedo, ainda em abril. Já na metade norte esse movimento se inicia com maior clareza a partir de final de maio e início de junho. "No Paraná e no Rio Grande do Sul observam-se indícios de retomada do crescimento em crianças, contrastando com o sinal de platô nos adultos, indicando que o cenário ainda é instável e exige cautela", ressalta Gomes.

Capitais

Dezenove das 27 capitais apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo: Aracaju (SE), Belém (PA), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Florianópolis (SC), Fortaleza (CE), João Pessoa (PB), Macapá (AP), Maceió (AL), Manaus (AM), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC), Salvador (BA), São Luis (MA), Teresina (PI) e Vitória (ES).

Um total de 5 macrorregiões encontram-se em nível pré-epidêmico; 12 em nível epidêmico; 77 em nível alto; 23 em nível muito alto; e 1 em nível extremamente alto.


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