Cheia do Rio Caí afeta mais de mil pessoas em São Sebastião

Cheia do Rio Caí afeta mais de mil pessoas em São Sebastião

Prefeito da cidade confirmou que vai decretar situação de emergência

Correio do Povo

Ao todo, 170 adultos e 80 crianças estão no pavilhão

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O nível do Rio Caí, em São Sebastião, chegou a 13,89 metros nesta segunda-feira e a enchente afeta ao menos 1.070 moradores da cidade, que estão desabrigados (sem moradia) ou desalojados (em casas de parentes e amigos). A área mais afetada é o bairro Navegantes, onde vivem as famílias ribeirinhas e só era possível transitar de canoa ou botes.

O índice normal do Rio Caí é de 4 metros. “A previsão é de que o nível do rio estabilize quando chegar a 14 metros”, afirmou o responsável pela Defesa Civil do município Cléber Gonçalves Silva. Entretanto, bairros como Vila Rica e Quilombo também foram prejudicados. A água ainda invadiu o Centro e tomou as principais ruas.

Ontem, uma gestante que estava em trabalho de parto foi retirada de casa às pressas e levada ao hospital de São Sebastião do Caí pelos bombeiros voluntários da cidade, que receberam reforço das corporações de Feliz e Picada Café. As famílias que precisaram sair de suas residências foram levadas ao Ginásio Centenário, onde ficarão abrigadas. Ao todo, 170 adultos e 80 crianças estão no pavilhão. “Estamos servindo todas as refeições e dando atendimento médico. Nós temos aqui desde recém-nascidos até idosos”, declarou a responsável pelo alojamento, Guaraemia de Mello.

O prefeito de São Sebastião do Caí, Darci José Lauermann, confirmou que já concluiu a Notificação Preliminar de Desastre (Nopred) e vai decretar de situação de emergência até esta terça-feira, por conta dos estragos causados pela enchente. Porém, as aulas não precisaram ser suspensas. “Onde tem possibilidade de a máquina pública funcionar, nós vamos manter os serviços”, declarou.

Resgate é feito com uso de barcos e lanchas


O ajudante de caminhão Fernando Azevedo, 30 anos, precisou se deslocar de barco para buscar mantimentos. Na casa onde mora na rua São João, bairro Navegantes, apenas oito residências não tinham sido atingidas pelas águas do rio. A dele era uma das estruturas que permaneceu seca e, por isso, toda a família foi se refugiar no imóvel. “Os parentes da minha cunhada estão lá”, explicou.

Cerca de 40 pessoas foram retiradas com lancha durante a madrugada, segundo o comandante operacional dos Bombeiros Voluntários, Anderson da Rosa. O telefone não parava de tocar com pedidos de ajuda. “Estamos organizando uma lista e a ordem de resgate”, explicou.

A menina Camila, de 10 anos, conseguiu salvar sua bicicleta. A mãe dela Crislaine Kaspari, 29, mostrou o sofá e outros móveis que levou para o abrigo ainda no sábado. “Tivemos que deixar dois roupeiros e eletrodomésticos”, contou. A família de Katiana de Souza Pinheiro, 31, saiu da residência no bairro Navegantes antes que a água chegasse ao telhado. Os filhos dela e de outros abrigados passaram o tempo brincando no ginásio, até chegar a hora de poder voltar para casa.

Com informações da repórter Karina Reif

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