Chuvas causam série de alagamentos de casas e ruas no Lami

Chuvas causam série de alagamentos de casas e ruas no Lami

Diversas vias registraram acúmulo de água, tornando impossível a circulação de veículos em diversos pontos

Henrique Massaro

De acordo com moradora, alagamentos sempre ocorreram, mas aterros feitos nas ruas pioraram a situação

publicidade

Uma madrugada, uma manhã e um início de tarde de quarta-feira em que as chuvas não cessaram em Porto Alegre foram suficientes para provocar diversas complicações e estragos por toda a cidade. Além de problemas que foram registrados no trânsito como um todo, moradores do bairro Lami, na zona Sul, sofreram com um problema que já é crônico em temporais: alagamento. Diversas ruas da região ficaram alagadas, tornando impossível a circulação de veículos em diversos pontos, principalmente nas proximidades da parada 21.

Na localidade, casas foram invadidas chuvarada, que deve continuar nos próximos dias. Ainda era noite de terça-feira quando a água começou a entrar na casa de Marli Teresinha Joquel, que mora há cinco anos na rua F da parada 21 do Lami. No ano passado, devido a um temporal semelhante, ela perdeu móveis como um sofá e um armário. Por saber que o problema é crônico no local, ela elevou a altura da casa e tem se virado com móveis mais velhos doados por vizinhos. “Nem compro coisa nova, porque não adianta”, afirmou. De acordo com a moradora, os alagamentos sempre ocorreram, mas aterros feitos nas ruas pioraram a situação. “Minha mãe teve que sair daqui por causa da água”, contou

Adriana Rocha, de 44 anos, que vive há oito anos na localidade. No seu imóvel, a água tomava o pátio e só não entrava na casa porque a construção é mais alta. Assim como Marli, ela reclamou de intervenções feitas nas vias. “A rua já enchia, só que depois dos aterros começou a entrar água nas casas”, relatou. Na região há quatro anos, Andradina Macedo, 45 anos, aumentou o nível de seu imóvel há cerca de um ano para evitar que os constantes alagamentos invadissem o interior da residência. Apesar disso, na manhã de ontem, ela via o pátio inundado e sofria com a dificuldade de transitar pela região. “Para sair é uma tristeza”, afirmou.

Com a previsão do tempo, no entanto, ela nem sabia se a altura da casa seria suficiente para evitar a invasão da água. “O pior é que vai subir mais, isso é só o começo”, se preocupava Adriana de Souza, que reside na rua F da parada 21 há cinco anos. Segundo ela, que representa uma associação recém-formada da comunidade, pelo menos 30 pessoas relataram que a água adentrou suas casas. O grupo, ainda de acordo com ela, está tentando se formalizar para tentar buscar soluções junto ao poder público, já que o problema se repete a cada temporal.

A Defesa Civil de Porto Alegre informou que recebeu chamados de moradores do Lami e que monitorava a região. Se houvesse necessidade, poderia atuar com o Corpo de Bombeiros para retirar famílias do local. Até o início da tarde, não havia ocorrido nenhum chamado nesse sentido. Segundo a entidade, as próprias características da região, que é alagadiça, influenciam nas inundações.

 

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895