Com 26 mortes, RS registra maior número de óbitos por Covid-19 em um mês

Com 26 mortes, RS registra maior número de óbitos por Covid-19 em um mês

Estado contabiliza 39.323 vidas perdidas em função da doença desde o início da pandemia

Felipe Samuel

Festas nos Estados Unidos estimulam infecção do novo coronavírus

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O Rio Grande do Sul voltou a registrar aumento do número de mortes em decorrência do novo coronavírus. Com mais 26 mortes confirmadas hoje pela Secretaria Estadual da Saúde (SES), o Estado contabiliza 39.323 vidas perdidas em função da doença. É o maior número de óbitos em um mês. Desde 5 de abril, quando foram confirmados 28 óbitos, o Estado não tinha tantas mortes por conta da Covid-19.

Mais 3.611 novos casos foram confirmados no Estado, elevando o total para 2.347.290 desde o início da pandemia. Especialistas vêm alertando para os reflexos da flexibilização das medidas não-farmacológicos desde março, como o fim do uso obrigatório de máscaras de proteção em locais fecahdos, e a importância da população concluir o esquema vacinal. O professor de Epidemiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), Paulo Petry, observa que há 'um pequeno aumento' do número de mortes, o que comprova que o vírus ainda circula.

Ele salienta ainda que houve crescimento dos novos casos confirmados, revertendo uma tendência de queda das últimas semanas. "Observamos que primeiro parou de cair, e agora começou a subir. E isso que existem muitos casos de subnotificação, então é um cenário que preocupa", alerta. Com quase 3 milhões de gaúchos sem a dose de reforço da vacina, Petry reforça que a população precisa completar o esquema vacinal.

"Sem dúvida, isso preocupa porque existem vários estudo que compravam que a proteção total ou maior se dá com o ciclo vacinal completo. Então essa dose de reforço, que pra nós ainda é a terceira dose, ela é extremamente importante, e esse atraso preocupa, porque essas pessoas fizeram duas doses já há bastante tempo", explica o epidemiologista, destacando que um estudo da Universidade de São Paulo (USP), que revisou mais de 150 estudos, aponta para a 'grande possibilidade de novas variantes'.

Como a proteção da vacina diminui a partir do terceiro mês, Petry ressalta que a imunização é fundamental principalmente para idosos e pessoas com comorbidade. "A dose de reforço é oferecida justamente para as pessoas mais vulneráveis. Já há uma liberação de quarta dose pra idosos com mais de 70 e a partir de 60 para os institucionalizados", frisa. "E agora a gente vai entrando em um clima mais frio, mas o SARS-CoV-2 já mostrou que não respeita clima, tanto que o pico no RS foi março e abril do ano passado, que eram meses quentes ainda", completa.

O especialista defende ações junto à população, como a busca ativa de pessoas que não tomaram a dose de reforço. "Não dá pra ficar sentado esperando. Se as pessoas estão em atraso, tem que usar o sistema de Estratégia de Saúde da Família (ESF), os agentes comunitários, e ir atrás das pessoas para vacinar", sugere.


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