Comtu devolve relatório de alta da passagem de ônibus à EPTC para esclarecimentos

Comtu devolve relatório de alta da passagem de ônibus à EPTC para esclarecimentos

EPTC deverá se manifestar para responder dúvidas levantadas quanto ao valor da passagem dos ônibus

Gabriel Guedes

Em decisão inédita, Comtu não definiu novo valor da passagem de ônibus de Porto Alegre

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O Conselho Municipal de Transportes Urbanos (Comtu) esteve reunido na tarde desta sexta-feira, para deliberar sobre o valor apontado no cálculo técnico da tarifa do transporte público de Porto Alegre. Mas em uma decisão inédita, 15 dos 18 membros com direito a voto – o presidente não pode se manifestar –, pediram vistas e concordaram em devolvê-lo para a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), que agora terá que responder às dúvidas levantadas pelos conselheiros. Uma nova reunião do Comtu, para analisar novamente a nova tarifa revisada, depende de uma nova convocação da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Mobilidade, o que não tem prazo para acontecer.

No dia 6 deste mês, a EPTC entregou ao prefeito Nelson Marchezan Júnior, o cálculo técnico das passagens de ônibus. Baseado nos critérios estabelecidos pela lei, a empresa concluiu que a tarifa deveria ser de R$ 5,05 (valor técnico de R$ 5,0492). É um reajuste de 7,45% em relação ao ano anterior e não considera os efeitos do pacote Transporte Cidadão, uma série de projetos de lei encaminhados pelo município à Câmara de Vereadores no início deste ano. O Legislativo ainda não analisou todas as matérias, que se aprovadas, podem reduzir o valor dos bilhetes.

A reunião do Comtu começou com a vereadora Karen Santos (PSol) entregando uma notificação, apontando problemas no cálculo e solicitando que os membros não aprovassem o reajuste tarifário. Em seguida foi lido o relatório por um dos conselheiros. Os demais, logo depois, começaram a solicitar questão de ordem, apontando incongruências e se manifestando por vistas.

Um dos problemas apontados, foi a base de cálculo do preço do diesel, que está bastante desatualizado. Também foram sublinhados questões como a participação das vendas antecipadas de passagens, a database dos rodoviários, que ainda não foi pago, bem como questionamentos acerca do vale-refeição, que estaria sendo considerado no cálculo como pago a todos os colaboradores das empresas de ônibus, enquanto na prática, segundo o representante do Sindicato dos Rodoviários (Stetpoa), Emerson Dutra, seria pago só a parte dos colaboradores.

Adiamento é inédito

Conforme o presidente do Comtu, Jaires Maciel, o adiamento da análise é inédita no conselho, que existe desde 1994. “Até me surpreendeu. Nos outros anos, a coisa ocorreu mais tranquila e nesta vez, tivemos inúmeras questões de ordem, e que lamentavelmente, a EPTC, até pelo prazo reduzido, não pode dar uma satisfação a todas as dúvidas”, explica. De acordo com Maciel, “o Conselho, por sua maioria, entendeu em devolver o processo à EPTC, para que apresente as justificativas e os contrapontos”, pontua.

Segundo o presidente, a decisão política do reajuste é do prefeito. Mas a avaliação técnica é Conselho, que tem 21 cadeiras, pertencentes a várias organizações e órgãos da Capital. “Em qualquer cenário, a gente vai ter que voltar a se reunir e votar uma tarifa. Seja esta de hoje ou uma corrigida para mais ou para menos”, garante Maciel. Até o fechamento desta edição, a EPTC não havia se manifestado sobre a decisão do conselho. 


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