Comunidade acadêmica celebra representatividade negra na Ufrgs

Comunidade acadêmica celebra representatividade negra na Ufrgs

Foto coletiva integra programação de atividades do evento "Novembro Negro da Ufrgs"

Correio do Povo

Foto coletiva integra programação de atividades do evento "Novembro Negro da Ufrgs"

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Pelo menos 300 alunos, professores, servidores e terceirizados negros da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) participaram, nesta segunda-feira, da foto coletiva “Sim, representatividade importa” realizada na frente do prédio da reitoria, na avenida Paulo Gama. A iniciativa marcou o Dia da Consciência Negra.

A estudante de Ciências Sociais Morghana Benevenuto Almeida, 19 anos, disse que a foto coletiva surgiu inspirada em uma primeira foto oficial dos calouros negros feita por Morghana e mais dois colegas em setembro deste ano no Campus do Vale, no bairro Agronomia. “A atividade faz parte do Novembro Negro da Ufrgs”, destacou a estudante.

Na manhã desta segunda, na frente do prédio da Faculdade de Educação (Faced) foi realizada uma feira de empreendedores negros e intervenções artísticas como a apresentação de um grupo de mulheres negras. “A nossa proposta é incorporar a foto oficial dos calouros negros e a foto coletiva dos negros que atuam na universidade para que possamos demarcar nosso espaço dentro da universidade”, acrescentou. A ideia da foto coletiva, segundo Morghana, foi dar visibilidade e mostrar que existem negros na universidade, mesmo que a instituição de ensino seja majoritariamente branca.
 
A proposta de unificar as ações do Novembro Negro faz parte da iniciativa da direção da Faced de promover mesas temáticas para dar visibilidade às minorias e estimular o diálogo em torno de assuntos relevantes que nem sempre conseguem o merecido reconhecimento. Durante o “Novembro Negro na Ufrgs”, serão realizadas exposições, debates sobre mulheres na literatura negra, e discussões sobre racismo e saúde, educação para as relações étnico raciais, feira afro cultural, aulas abertas, quilombolas, militância, de dança, literatura, artesanato, moda e curso de formação.

A poesia, a militância e o pensamento político de Oliveira Silveira, um dos criadores do Dia da Consciência Negra, foi o tema da aula aberta que foi ministrada ontem pelo antropólogo Iosvaldyr Bittencourt Júnior e pelo historiador José Rivair Macedo. Oliveira Silveira foi um dos seis universitários negros que fundou o Grupo Palmares, na década de 1970, com o objetivo de resgatar a identidade da população negra. Foi esse grupo que batalhou pela instituição do 20 de novembro como Dia Nacional da Consciência Negra. A atividade, organizada pelo PPG História e pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Africanos (Neab/Ufrgs), foi realizada no prédio da Faculdade de Educação.

A programação do “Novembro Negro na Ufrgs pode ser conferida no ufrgs.br/faced/novembronegro.

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