Covid-19 bloqueia financiamento em inovação, alerta ONU

Covid-19 bloqueia financiamento em inovação, alerta ONU

Gastos neste setor, em 2018, cresceram 5,2%, mais do que o crescimento do PIB mundial

AFP

No ranking do 20 países mais inovadores do mundo a China está na posição 14

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A pandemia da Covid-19 afeta seriamente o financiamento para inovação e pode acelerar ainda mais a transferência de capacidades para a Ásia - alertou a ONU nesta quarta-feira.

"O maior risco é que os gastos e os meios para financiar a inovação não despenquem em um momento em que a economia global está passando por uma desaceleração", disse o diretor-geral da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO), Francis Gurry, durante uma entrevista coletiva virtual.

Por enquanto, não há uma estimativa precisa da extensão da queda nos investimentos em pesquisa e desenvolvimento causada pela pandemia, "mas há sinais claros de que as fontes de financiamento à inovação estão paralisando em todo mundo", afirmou Gurry, lembrando que, em 2018, os gastos com pesquisa e desenvolvimento cresceram 5,2%, muito mais do que o crescimento do PIB mundial.

Para o chefe da OMPI, quem mais vai sofrer com a redução desses recursos são as empresas emergentes, que precisam de financiamento de longo prazo, assim como as que estão localizadas em países em desenvolvimento. "O panorama é sombrio", comentou, lançando um apelo aos governos para que reconheçam a importância de se investir em inovação para sair da crise provocada pela Covid-19 e garantir a recuperação.

Gurry também divulgou o ranking de 2020 dos países mais inovadores. A Suíça lidera a lista pelo décimo ano consecutivo. Essa lista, estabelecida antes da pandemia com a ajuda da Universidade Cornell dos Estados Unidos e da escola de comércio INSEAD, também mostra um boom em vários países asiáticos, em especial China, Índia, Filipinas e Vietnã.

Esses países fizeram avanços significativos nos últimos anos e, agora, estão entre os 50 primeiros. A China está em 14º lugar. Gurry emitiu uma previsão "muito cautelosa" de que "a mudança para a Ásia pode ser uma das tendências aceleradas pela pandemia".


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