Cuidados com a dengue devem ser redobrados no verão

Cuidados com a dengue devem ser redobrados no verão

Chuva e calor foram um ambiente favorável ao mosquito que também transmite o zika vírus e a chikungunya

Correio do Povo

publicidade

Com a tendência de um verão de muita chuva e mais calor, o que é um ambiente favorável para o Aedes aegypti, é preciso que os porto-alegrenses redobrem os cuidados para o mosquito transmissor da dengue. O alerta foi feito pelo diretor da Coordenadoria Geral de Vigilância em Saúde (CGVS) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Anderson Araujo de Lima, ao pedir que os moradores façam uma limpeza no pátio e recolham tudo que possa acumular água (como pneus e garrafas) para evitar os criadouros do mosquito.

Já para quem for viajar para fora do Estado e retornar com sintomas como febre alta, dor nas articulações, manchas vermelhas no corpo e dor muscular, Lima sugeriu procurar atendimento médico nos postos de saúde. Ele afirmou que tanto os técnicos da Secretaria quanto da Vigilância em Saúde trabalham para a busca de alternativas e ferramentas tecnológicas para que as equipes estejam sempre um passo à frente da infestação. “Conseguimos realizar o bloqueio vetorial que significa a aplicação de inseticida num raio de 150 metros quando do surgimento de um mosquito contaminado, e intensificamos as ações de visita domiciliar na cidade”, destacou o diretor.

O apelo, de acordo com Lima, é para que a população tenha consciência de que a sua atuação dentro de casa é a principal medida para conter a proliferação do mosquito, e recomendou que os gaúchos tampem caixas d’água, tonéis e latões e guardem garrafas vazias viradas para baixo e pneus sob abrigos. Na sexta pela manhã, em um terreno da rua Voluntários da Pátria, na altura do número 3605, diversos pneus com água estavam abandonados no local. O diretor da CGVS pediu que a população consulte o site “Onde Está o Aedes?”, que possui dicas de eliminação dos criadouros do mosquito.

Porto Alegre tem se diferenciado do restante do país porque tem conseguido realizar um controle da população de mosquitos de maneira muito efetiva na Capital em razão de parceria adotada com a empresa Ecovec que consiste no monitoramento do Aedes aegypti através das armadilhas. O município realiza um levantamento paralelo por meio do Índice Médio de Infestação de Fêmeas Adultas (IMFA), a partir do monitoramento de 1.218 armadilhas em 42 bairros da cidade.

Conforme os dados da Secretaria Estadual da Saúde (SES) divulgados no final do mês de novembro, o Rio Grande do Sul não apresentava casos de dengue autóctones (contraídos dentro do RS). No entanto, 305 municípios gaúchos estavam infestados pelo mosquito.

O Levantamento de Índice Amostral (LIA) constatou que 93 cidades se encontravam em situação de alerta ou risco alto. A preocupação da Secretaria era com as cidades de Nonoai, Santo Antônio das Missões, São Nicolau, Três de Maio, São Borja, Garruchos, Santo Cristo, Vista Gaúcha e Ajuricaba, onde a situação foi considerada de alto risco. Até o dia 17 de novembro, foram registrados pela SES 21 casos importados em residentes gaúchos que foram contaminados fora do território gaúcho.

Já em relação à chikungunya, foram confirmados 11 casos autóctones em Santiago, além de oito casos importados distribuídos em oito cidades. Quanto ao zika vírus, não houve casos confirmados no Estado em 2018. A análise realizada em outubro nas 93 cidades com infestação em situação de alerta ou risco alto mostrou que ao menos 1% dos imóveis vistoriados apresentava focos de larvas do inseto, que é o transmissor da dengue, zika vírus e chikungunya. Somados, esses municípios representam uma população de 3,3 milhões de pessoas.

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895