Dados do transporte público sugerem que fluxo de pessoas voltou a aumentar em Porto Alegre

A Trensurb transportou, nessa segunda-feira, 40.924 passageiros – mais de cinco mil a mais que no mesmo dia da semana passada. O dado demonstra um aumento gradativo na circulação de pessoas, ignorando a recomendação de isolamento social por autoridades de saúde em razão da pandemia do coronavírus. No dia 6, 35.605 utilizaram o serviço de trem. Na sexta-feira anterior, dia 3, o número era 7,8% menor, quando foram transportados 33.032 usuários, segundo a estatal. A média de passageiros por dia útil na primeira quinzena de março, antes da pandemia, era de cerca de 157 mil.

O aumento gradativo no número de pessoas em circulação também é percebido pela Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP), que responde pelo sistema de ônibus. O salto, nessa segunda-feira, chegou a 18.659 pessoas a mais em relação ao mesmo dia da semana passada. Na última segunda-feira, 228.417 pessoas utilizaram o serviço de ônibus, contra 209.758 de sete dias atrás. Antes, a média diária era de 820 mil.

Radares

Já a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) informou que o fluxo em Porto Alegre não teve alteração em relação à segunda-feira passada. O movimento de ontem, no entanto, cresceu 10,63% em relação ao de domingo.

A redução dessa segunda representa 39,64% em relação a um dia normal, o que reforça a tese de que a circulação de pessoas aumentou desde o início das orientações de isolamento. No dia 21 de março, a empresa registrou movimento 50% menor em relação à média de antes da pandemia. A maior queda, até agora, ocorreu em 22 de março, quando o trânsito da Capital teve redução de 64%. Os números da prefeitura são uma amostragem, levando em conta o número de passagem pelos radares para fins de comparação relativa.

Alteração de tabela horária

Em fim de março, a redução de embarques de trem chegou a corresponder a mais de 80% da demanda. Por isso, a Trensurb adotou uma tabela de horários especiais para atender, sobretudo em horários de pico, usuários que, em função do trabalho, não conseguem ficar em isolamento. Os intervalos maiores que o normal passaram a ocorrer também devido à necessidade de afastar trabalhadores de grupos de risco, como idosos e portadores de doença crônica.

Já a ATP, que registra queda de cerca de 70% no número de passageiros, avalia o fluxo que diariamente e ajusta a tabela conforme a demanda. A redução na oferta de ônibus varia de 35% a 40%. As orientações para as empresas de ônibus é manter a higienização, observar o limite de passageiros conforme a disponibilidade de assentos e contemplar os horários especiais para idosos – que não conseguem usar o cartão TRI e viajar de graça em horários de pico.