Decisão de avançar em restrições precisa ser tomada junto com a cidade, diz Marchezan

Decisão de avançar em restrições precisa ser tomada junto com a cidade, diz Marchezan

Prefeito de Porto Alegre e governador Eduardo Leite não descartam “lockdown” na Capital

Gabriel Guedes

Nelson Marchezan cogita lockdown em Porto Alegre

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Se o índice de isolamento social, que estava em 43% até a última terça-feira, não aumentar, o prefeito Nelson Marchezan Júnior disse nesta quarta-feira que a situação em relação ao novo coronavírus poderá se deteriorar drasticamente dentro dos próximos 10 dias. A meta imposta pelo Desafio Porto Alegre, que utiliza dados de redes móveis de telecomunicações, é de 55%. Por isso, a administração municipal não afasta a possibilidade de serem decretadas, dentro deste prazo, medidas ainda mais restritivas, o chamado lockdown, quando a cidade é praticamente fechada. Entretanto, afirma o prefeito, esta é uma medida que não poderá ser tomada sozinha, sem o apoio de outros segmentos da sociedade. O governador Eduardo Leite também não descarta esta possibilidade à Capital e em outras regiões do Rio Grande do Sul.

Marchezan tem procurado avaliar, junto a hospitais, as perspectivas de abertura de novos leitos em Unidade de Terapia Intensiva (UTI), antes de decidir por reforçar as medidas de contenção de contágio da Covid-19. Também tem buscado dialogar com o setor econômico sobre a possibilidade de decretar lockdown em Porto Alegre nos próximos dias.  "Os leitos de UTI são sempre nosso referencial, uma referência acertada. A gente tem uma estrutura de saúde, e que se a gente não conseguisse controlar neste mês que passou a circulação, íamos chegar neste momento em que se chegou, de esgotamento das estruturas hospitalares. Esta decisão de avançar em restrições, a gente quer tomar junto com a cidade.", disse o prefeito durante a inauguração do primeiro Centro de Acolhimento e Isolamento Social (CAIS), na manhã desta quarta-feira. O prefeito diz que tem buscado nivelar responsabilidades, “de entendimento de consequência das decisões” por ele tomadas.

O governador Eduardo Leite, ao Correio do Povo, afirma que há muita polêmica em torno do uso do termo “lockdown”, mas que se tiver ser aplicado em Porto Alegre ou em todo estado, vai ter que ser feito. “Tem gente aí que já acha que estamos em um lockdown. Lockdown significa o nível de restrição, que tu vai ter que restringir ainda mais. E a gente não quer restringir ainda mais, porque sabemos que o efeito colateral é muito negativo para economia e por consequência, para a vida das pessoas. Mas se tiver que ser feito, vai ter que ser feito por conta da saúde, que é uma prioridade. Mas está nas mãos de todos nós, como sociedade gaúcha, evitar que sejam necessárias medidas ainda mais restritivas”, alerta.

Neste sentido, Marchezan quer os porto-alegrenses mais cientes dos efeitos das próprias atitudes. “A cidade precisa se conscientizar, é uma pandemia, que está acontecendo no mundo inteiro, e temos em números que estamos salvando vidas. Mas se a gente não conseguir diminuir a circulação do vírus na cidade, vamos ter o esgotamento até o final do mês. Se a gente conseguir não ampliar, vamos ter a chance de seguir salvando vidas”, acredita o prefeito. “Se a gente não consegue parar o vírus, então tem que parar as pessoas de circular. Por que com as restrições de circulação, o vírus circula menos e consequentemente menos pessoas sofrem contágio e menos pessoas demandarão nosso sistema de saúde”, explica Leite.

 


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