Decisão favorável à Corsan não impedirá empresa privada de assumir serviços de água, em Uruguaiana

Decisão favorável à Corsan não impedirá empresa privada de assumir serviços de água, em Uruguaiana

Prefeitura da cidade nega que Estado tenha suspendido licitação e garante Odebretch no comando do setor

Estêvão Pires / Rádio Guaíba

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A Prefeitura de Uruguaiana rechaçou, na quinta-feira, uma informação divulgada pela Corsan de que o processo licitatório para conceder os serviços de saneamento básico à iniciativa privada tenha sido suspenso por uma decisão judicial. A companhia apontou que uma liminar concedida nesta semana teria interrompido novamente o processo, que segue sob uma guerra jurídica.

Segundo a assessoria do Tribunal de Justiça, a decisão é do desembargador Almir Porto da Rocha Filho e revoga a publicação da ata de um julgamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) autorizando a licitação. Para o município, no entanto, a liminar tem consequências burocráticas, mas não vai impedir que a empresa Odebrecht assuma o serviço na próxima segunda-feira.

Na data, entra em vigor outra decisão determinando que a estatal repasse o controle do abastecimento de água para a companhia privada. A reportagem da Rádio Guaíba entrou em contato com a Corsan, que, através da assessoria de comunicação, manteve a posição de que o processo licitatório foi suspenso. A ação favorável ao Estado foi baseada na reclamação de ausência de acesso da Corsan à última deliberação do TCE, que autorizou o processo, classificado por opositores da medida, como “privatização da água”. O órgão garantiu ainda que enquanto o impasse prosseguir seguirá exercendo a função.

"Esta decisão tem valor burocrático e na prática não altera em nada o planejamento para efetivar a transição da Corsan para a Odebrecht”, assegurou o prefeito de Uruguaiana, Sanchotene Felice (PSDB-RS). Segundo ele, os procedimentos adotados na decisão atenderam todos os requisitos legais. Apesar da tranquilidade diante do tema, o município já recorreu da decisão.

Ao ser questionado sobre as críticas de alguns especialistas, de que o processo significaria repassar “o direito a vida a uma empresa”, constituindo um ato ilegal, Sanchotene negou que haja uma privatização. “Essa acusação é uma bobagem. É uma concessão que poderá ser renovada ou não, e está dentro da lei”.

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