Decreto mais rigoroso em Porto Alegre deve mostrar efeitos a partir do dia 20

Decreto mais rigoroso em Porto Alegre deve mostrar efeitos a partir do dia 20

Junho marcou salto de internações em UTIs e prefeitura mantém atenção com curva de contágios, ainda sem sinal de baixar

Jessica Hübler

Número de leitos foram ampliados, mas Capital ainda sofre pressão no sistema hospitalar

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A prefeitura de Porto Alegre mantém intenso monitoramento da Covid-19, enquanto a doença fez multiplicarem-se as internações desde junho. Um decreto mais rigoroso foi efetivado, mas a projeção é de que os efeitos sejam sentidos apenas na segunda metade de julho.

"Esperamos que tenha efeito pelo dia 20, então estamos em alerta e meio que em compasso de espera para ver o que vai acontecer nos próximos dias, se a gente vai conseguir de novo achatar essa curva ou não”, destacou o secretário-adjunto da Saúde de Porto Alegre, Natan Katz.

Enquanto o número de casos, de internações e de óbitos continuar crescendo, segundo Katz, o estado de preocupação deve permanecer.

Para garantir atendimento, principalmente nas UTIs, Katz informou que a Prefeitura já deu início à segunda fase de ampliação de leitos. “Já temos leitos na Santa Casa, estamos vendo agora com outras instituições e vamos continuar ampliando a partir da necessidade. Tendo demanda, a gente vai aumentando a quantidade de leitos disponíveis”, acrescentou, reforçando que é necessário que os leitos destinados ao atendimento de pacientes com a Covid-19 tenham o devido isolamento daqueles que recebem pacientes sem a doença.

As internações de pacientes com Covid-19 em UTIs na Capital aumentaram 222,95% no último mês, passando de 61 no dia 9 de junho para 197 na tarde desta quinta-feira. O aumento impressiona justamente porque, entre 9 de maio e 9 de junho, a escalada foi de 42 para 61, um percentual de 45,23%. No geral, a taxa de ocupação era de 84,65%.
Dos 612 pacientes internados em UTIs adulto de Porto Alegre na tarde de quinta, 239 tinham confirmação ou suspeita do novo coronavírus, o que representava 39,05% do total de internações. Com relação ao crescimento expressivo nas internações de pacientes com a Covid-19, Katz lembrou que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) notou que a velocidade começou a ficar alta a partir de 11 de junho. “Rapidamente a gente notou, porque até o início de junho estava tudo super estável e isso mostra o quanto não dá pra bobear”, assinalou.

Segundo ele, no dia 12 de junho a SMS reiterou que chegaria no dia 4 de julho à ocupação dos 174 leitos destinados exclusivamente para atendimento de pacientes com o novo coronavírus e isso aconteceu no dia 3. “Agora estamos vendo que começa a desacelerar, mas ainda tem que ter mais consistência”, explicou. Apesar disso, a preocupação da SMS não mudou nas últimas semanas. “A gente tem um crescimento do número de casos, não temos sinais de ter nenhuma estabilização dessa curva de crescimento, apesar de a gente notar que ela está menos veloz do que já esteve, mas mesmo assim ela não parou de crescer”, comentou.


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