Defesa Civil estuda evacuar região rural de São Gabriel após risco de rompimento de barragem

Defesa Civil estuda evacuar região rural de São Gabriel após risco de rompimento de barragem

Duas famílias já foram retiradas de suas residências próximas ao reservatório

Correio do Povo

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As chuvas intensas e frequentes que atingem o Rio Grande do Sul nos últimos dias provocaram a erosão avançada do talude de uma barragem em um assentamento do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na zona rural de São Gabriel, na Fronteira Oeste.

Desde a constatação do risco de rompimento o governo do RS, através da Defesa Civil, do Corpo de Bombeiros e da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), vem agindo para evitar um acidente mais grave. Um dreno foi feito, melhorando a estabilidade da estrutura. Duas famílias que vivem próximas à barragem foram emergencialmente retiradas. Agora, a Defesa Civil estuda evacuar a região.

Após a análise de imagens, o Departamento de Recursos Hídricos (DRH) da Sema atestou o risco de rompimento e confirmou que a barragem não tem outorga para uso de água. O DRH notificou a prefeitura para que tome as devidas providências de forma mais rápida possível, encaminhando avisos sobre a situação do reservatório. O proprietário da barragem também será notificado, já que é o responsável pela manutenção e segurança da estrutura.

A Defesa Civil municipal prepara um abrigo, caso a comunidade que vive no assentamento precise sair de suas casas. Também tranquiliza a população que não há risco iminente de que o vazamento chegue à cidade de São Gabriel.

GT de Segurança de Barragens

Desde o início do ano, o governo do Estado trabalha para reduzir situações como essa registrada agora em São Gabriel. Uma das medidas foi a criação de um Grupo de Trabalho (GT) de Segurança de Barragens, composto por profissionais do DRH da Sema. A atividade visa o aperfeiçoamento da política nacional de segurança de barragens no RS.

Um dos resultados já está pronto. É o relatório feito a partir de vistorias realizadas em barragens de nível I – com altura maior que 15 metros de taipa e/ou volume superior a 7 milhões de metros cúbicos. Doze profissionais do DRH participaram do estudo, entre eles geólogos, geógrafo, engenheiros agrônomos e civis.

As vistorias ocorreram entre 1° de abril e 25 de maio deste ano, totalizando 31 barragens vistoriadas em 19 municípios do Rio Grande do Sul. As principais anomalias encontradas foram erosões, árvores e arbustos, formigueiros, afundamentos, buracos e falhas no enrocamento. Após a finalização das vistorias, o DRH encaminhou ofício aos empreendedores responsáveis com as principais anomalias constatadas e as providências que deverão ser tomadas.

Diretor do DRH, Paulo Paim afirmou que “hoje o Estado está organizado dentro de um programa estadual de enfrentamento da questão segurança das barragens e, consequentemente, cumprindo a legislação federal em relação a esse tema”.


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