Deirdre McCloskey: desigualdade de gênero gera prejuízo direto às finanças mundiais

Deirdre McCloskey: desigualdade de gênero gera prejuízo direto às finanças mundiais

Economista fala em Porto Alegre sobre respeito às diferenças, liberdade individual e possibilidade de escolha

Bernardo Bercht

Economista fala em Porto Alegre sobre respeito às diferenças, liberdade individual e possibilidade de escolha

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A historiadora e economista Deirdre McCloskey, que participa do Fronteiras do Pensamento em Porto Alegre, defende que o combate à pobreza não passa diretamente pela redistribuição de renda convencional de mais ricos para os mais pobres. Dentro dos seus preceitos, de liberdade individual, respeito às diferenças e possibilidade de escolha, contudo, ela alerta para uma desigualdade que, sim, gera prejuízo direto às finanças mundiais, a desigualdade entre homens e mulheres. "Isso é ridículo e muito ruim para a economia", define.

Nascida Donald Nansen McCloskey, Deirdre já contou em seu livro "Crossing: A Memoir", seus três anos de transição do sexo masculino para o feminino. "Eu digo para as minhas amigas: Sei que os homens fazem isso e sei por que fazem isso. Já estive lá", ironiza, tanto para comentar o assédio, quanto no contexto da desigualdade entre gêneros.

Ela acredita que isso gera um prejuízo econômico direto para qualquer país. "Se não permitir que metade da sua população floresça, faça o máximo da sua vida, você perde as vantagens, o potencial de metade do florecer da sua sociedade", explica. "São advogadas, médicas, pilotos de avião... Você perde isso", aponta Deirdre.

A economista afirma, também, que assédio e abuso são ferramentas que tentam "criar uma categoria inferior na sociedade", o que acaba sendo prejudicial para todos. "Nos Estados Unidos está intenso o debate sobre agressões de mulheres por homens, especialmente homens mais velhos dentro do ambiente de trabalho", cita. "Essa discussão tem que esquentar no mundo inteiro, pois é uma desgraça", enfatiza Deirdre.

"Muitos homens, como por exemplo Donald Trump, tiram vantagem disso", salienta, citando o presidente dos Estados Unidos. "Ele é um tolo terrível. Um homem horroroso na forma como trata as mulheres. Ele mesmo disse: 'Sou famoso e bem sucedido, então posso abusar'", acrescenta Deirdre, lembrando de áudios divulgados sobre os supostos assédios de Trump.


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