Depoimento de Seco em Candelária dura apenas dois minutos

Depoimento de Seco em Candelária dura apenas dois minutos

Maior ladrão de bancos do Estado participou de audiência sobre tentativa de explosão de ponte

Otto Tesche / Correio do Povo

Depoimento de Seco em Candelária dura apenas dois minutos

publicidade

Um forte aparato de segurança acompanhou, na tarde desta terça-feira, o retorno de José Carlos dos Santos, o Seco, à cidade natal, Candelária. Natural da localidade de Rebentona, Seco foi levado da Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas (Pasc) para depor no Fórum da cidade no processo sobre uma tentativa de explosão de uma das pontes da RSC 287, entre a localidade de Linha do Rio e a área urbana, em 2004. O depoimento durou apenas dois minutos.

Segundo a acusação, no dia 13 de janeiro daquele ano a quadrilha liderada por Seco pretendia detonar a estrutura para obrigar um carro-forte a parar no local. Os planos foram frustrados por um agricultor, que encontrou as bananas de dinamite pouco antes da passagem do veículo e chamou a polícia.

Em depoimento ao juiz Celso Fagundes, Seco negou participação no caso e afirmou que, na época, estava em Canoas, onde reside a atual companheira. Seco alegou ainda que voltava para casa poucas vezes, apenas para visitar parentes no interior do município. Além desse crime, o ladrão é acusado de ataques a carros-fortes, praças de pedágio e agências bancárias entre 2002 e 2006, no Rio Grande do Sul.

Segurança reforçada

O comboio com carros da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) e da Brigada Militar chegou a Candelária por volta das 13h20min. Seco foi levado direto para dentro do Fórum, que estava cercado pela polícia. PMs do Batalhão de Operações Especiais (BOE) de Porto Alegre e do Pelotão de Operações Especiais (POE) de Santa Cruz do Sul reforçaram a segurança. Em frente ao Fórum, uma faixa com a frase "Liberdade ao Seco" chamou a atenção dos curiosos que se aglomeraram para acompanhar a movimentação.

Após o rápido depoimento, Seco deixou o Fórum por volta das 15h, com forte escolta e observado por curiosos. Ao todo, seis pessoas prestaram depoimento no processo sobre a tentativa de explosão da ponte, sendo que Seco foi o último a falar. Depois, a escolta retornou para a Pasc. Equipes da Brigada Militar e da Susepe se concentraram desde a metade da manhã na avenida Pereira Rego, onde se localiza o Fórum. O trânsito ficou restrito nas ruas próximas.

A prisão de Seco ocorreu no dia 13 de abril de 2006, quando ele abastecia o carro em um posto de Paverama, no Vale do Taquari. Seco era considerado o foragido número 1 do Estado. Dias antes, o bandido havia comandado um ataque a um bunker da Proforte, em Santa Cruz do Sul, que resultou na morte de um oficial da Brigada Militar. Na época, foram levados mais de R$ 3 milhões em dinheiro.

Bookmark and Share

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895