Desocupação de prédio ocupado pelos Lanceiros Negros não tem prazo para ocorrer
Coordenadora do MLB afirmou que prédio estava em condições ruins antes da ocupação
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A advogada do movimento, Elisa Torelly, afirmou que a medida jurídica ainda está sendo estudada, mas garantiu que o prazo ainda não começou. Conforme a coordenadora do MLB, Nana Sanches, consta na decisão judicial um posicionamento da proprietária do imóvel, garantindo que ele estava em “excelente estado de conservação”. “Isso não é verdade! Inclusive temos muitas fotografias que comprovam o estado do imóvel quando chegamos. Limpamos tudo, tiramos mofo, teias de aranha, baratas e ratos mortos”, detalhou Nana.
Segundo a coordenadora, as cerca de 150 famílias que estão no local tiveram a iniciativa de organizar uma creche, denominada Anita Garibaldi, visto que pelo menos 50 crianças moram na Ocupação. “Estamos contando com o apoio de estudantes de pedagogia e também com doações de brinquedos, berços e colchões”, disse.
Nana lamentou que, até o momento, muitos dos móveis que estavam no outro prédio - que foi desocupado no dia 14 de junho - ainda não foram entregues às famílias. “Estamos buscando judicialmente”, afirmou. Dentro do imóvel que foi desocupado, Nana informou que também havia uma biblioteca improvisada pelos moradores e que, até o momento, nenhum dos livros foi entregue ao grupo. “Se eles não querem que a gente entre no prédio, tudo bem, mas pelo menos nos entreguem os livros e os móveis. Grande parte do que foi nos caminhões, naquela noite, nós ainda não tivemos acesso”, destacou.
Além das famílias que já integram a Ocupação, Nana relatou que diversas pessoas procuram o MLB e pedem ajuda. “Diariamente várias pessoas estão nos procurando, mas nesse momento vamos manter como está”, explicou. Segundo ela, isto mostra como muitas pessoas estão em situação vulnerável e precisam de apoio.