Dnit e sindicatos divergem sobre obras da nova ponte do Guaíba

Dnit e sindicatos divergem sobre obras da nova ponte do Guaíba

Órgão federal garante que prazos estão sendo cumpridos, mas entidades falam em passos lentos

Mauren Xavier

Dnit e sindicatos divergem sobre obras da nova ponte do Guaíba

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Atrasos nos repasses de recursos federais e demissão de funcionários podem fazer com que a construção da nova ponte do Guaíba sofra atrasos. E a previsão é de que as dificuldades permaneçam em 2016 com o agravamento da crise financeira do país. O alerta foi feito nesta segunda-feira pelo presidente do Movimento Ponte do Guaíba, Luiz Domingues.

Ele afirmou que nas últimas semanas o ritmo das obras tem desacelerado. “Está praticamente parada a obra. De imediato é possível afirmar que a ponte não ficará pronta dentro do prazo”, sentenciou ele. A previsão inicial é de que a obra fosse concluída em outubro de 2017.

Segundo a superintendência do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit/RS), 25% do projeto está concluído e que os serviços seguem sendo realizados normalmente. Neste momento quem passar pelo local verá o canteiro parado. Isso porque houve a dispensa coletiva dos funcionários, que só retomarão as atividades em 4 de janeiro de 2016.

Em novembro houve a demissão de cerca de 200 profissionais. Extraoficialmente, a informação é de que novas dispensas foram feitas neste mês, agravando ainda mais a situação. De acordo com o diretor do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada no RS (Siticepot), Luiz Gonzaga Vidal da Silva, as demissões comprometeram o ritmo da obra, uma vez que não houve novas contratações. “Pela experiência, a obra está a passos lentos”, resumiu.

Segundo Domingues, a crise se agravou em função da instabilidade nos repasses federais à construtora responsável. Ele estima que atualmente a União deva R$ 75 milhões à empresa. “Temos uma preocupação muito grande com o andamento dessa obra pelo seu impacto na economia da região e do Estado”, enfatizou. Domingues se refere ao esgotamento da ponte atual, que é o principal elo entre a Capital e os municípios da região Sul. “As perdas estimadas sem a obra é de R$ 1,3 bilhão por ano”.

Outro problema apontado por Domingues é que ainda não teve início a remoção das famílias que estão no entorno do trajeto da ponte. “É uma das etapas mais delicadas desse processo e não vemos avanços”, resumiu.

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