Doação de órgãos de anencéfalos poderia salvar outros bebês, diz Cremers

Doação de órgãos de anencéfalos poderia salvar outros bebês, diz Cremers

Presidente afirma que é difícil encontrar doadores compatíveis para recém-nascidos

Camila Kila / Rádio Guaíba

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Os bebês considerados anencéfalos, que possuem apenas uma parte do cérebro e do sistema nervoso central, costumam morrer algumas horas após o parto, quando a gestação perdura até o final. Antes que isso ocorra, os órgãos e tecidos podem ser doados a outros recém-nascidos que tenham alguma má-formação, mas com chance real de vida. O presidente do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers), Rogério Aguiar, acredita que a medida seria positiva para ajudar crianças que muitas vezes têm dificuldade de conseguir doadores compatíveis.

O médico ressalta que há uma discussão ética sobre o procedimento e que é necessária a autorização dos pais para a realização do transplante. Em 2003, o então presidente do Cremers, Marco Antônio Becker, havia emitido um parecer pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) onde admitia o uso de órgãos de anencéfalos para doação a bebês com algum tipo de problema de formação.

Nessa quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) considerou procedente, por 8 votos a 2, o aborto em caso de gestação de feto anencéfalo. Uma comissão especial, criada nesta manhã pelo plenário do CFM, terá a missão de, no máximo de 60 dias, estabelecer critérios para diagnóstico de anencefalia. Conforme o órgão, a medida irá proporcionar aos médicos mais segurança, facilitando a interrupção precoce da gestação, caso seja o desejo da gestante.

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