Doadores formam fila em frente ao Hemocentro em Porto Alegre

Doadores formam fila em frente ao Hemocentro em Porto Alegre

Dezenas de pessoas aguardavam desde cedo para prestar solidariedade e ajuda às vítimas de Santa Maria

Mauren Xavier / Correio do Povo

Grande presença de voluntários foi um reflexo da intensa mobilização que ocorreu nas redes sociais

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Ao abrir as portas, na manhã desta segunda-feira, os funcionários do Hemocentro do Estado, localizado na avenida Bento Gonçalves, 3722, em Porto Alegre, puderam presenciar um grande gesto de solidariedade. Dezenas de pessoas, de diversos lugares, aguardavam para fazer a doação de sangue. A grande presença de voluntários foi um reflexo da intensa mobilização que ocorreu nas redes sociais ao longo do domingo em função da tragédia em Santa Maria.

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Sem conhecidos ou parentes entre as vítimas, a biomédica e estudante de pós-graduação Aline Gonçalves, de 26 anos, chegou cedo ao local. “É um pequeno gesto de solidariedade. É o mínimo que podia fazer”, disse ela, enquanto esperava para ser chamada para a triagem. Ao lado dela, estava a colega Bruna Panizzutti, que relatou a comoção do dia anterior. “Acordei com as notícias. A tragédia estava em todo o lugar. Era impossível acreditar, ainda mais porque isso poderia ocorrer com qualquer um”, contou ela.

Com a tragédia, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) mobiliza a comunidade para a doação sangue nas próximas semanas. Segundo a diretora da Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS), Silvia Maria Spalding, o estoque existente foi o suficiente para atender às necessidades em função da tragédia. Mesmo assim, neste momento, pelo perfil das enfermidades das vítimas, é fundamental a doação de RH Negativo.

Silvia relatou que muitos profissionais que estavam de férias retornaram às atividades em solidariedade às vítimas e familiares. Além disso, para auxiliar no atendimento e na triagem, profissionais de outros setores, como técnicos e enfermeiros, foram removidos para o Hemocentro.

Integrante da equipe médica do Hemocentro, Marisa Martinelli Meruvia ressaltou a importância da doação de pele. Ela destacou que neste caso que envolve pacientes queimados o melhor tratamento é o transplante de pele. Os três bancos de pele em funcionamento do país, além do existente em Porto Alegre, e o do Uruguai se colocaram à disposição para auxiliar as vítimas do incêndio. “Ela serve como uma espécie de curativo e é fundamental para a recuperação do paciente”, explicou ela, lembrando que este tipo de doação é feita apenas quando a pessoa falece. “É um tipo de doação ainda não muito conhecido do público em geral, mas que é muito importante”, destacou.

O banco de sangue do Hospital de Clínicas de Porto Alegre também abriu com a presença de dezenas de voluntários. Mais de 200 pessoas procuraram o local no início da manhã para fazer doações. O Hospital de Viamão, do Instituto de Cardiologia, também está aceitando voluntários que queiram doar sangue para auxiliar no estoque do Hemocentro. O hospital está localizado na rua Isabel Bastos, 137, em Viamão.

Para doar sangue é necessário apresentar boas condições de saúde, portar documento oficial de identidade com foto e idade entre 16 e 68 anos incompletos. Menores de 18 anos precisam de autorização de pais ou responsáveis legais.

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