Doces produzidos em Pelotas são protegidos por selo de qualidade

Doces produzidos em Pelotas são protegidos por selo de qualidade

Certificação foi conquistada pela Associação dos Produtores de Doces da cidade

Angélica Silveira

Produtos têm as receitas originais preservadas por associação desde 2008

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Desde 2008 o bem-casado, quindim, ninho, camafeu, olho de sogra, pastel de santa clara, papo de anjo, fatia de braga, trouxas de amêndoas, queijadinha, broínha de coco, beijinho de coco, amanteigado, panelinha de coco, além dos cristalizados de frutas, todos tradicionais doces produzidos em Pelotas, são protegidos por um selo de qualidade. A certificação foi conquistada pela Associação dos Produtores de Doces da cidade, criada a fim de fortalecer o setor, proteger as receitas e estimular o desenvolvimento dos associados. A entidade, constituída em 2008, tem apoio do Projeto Polo de Doces de Pelotas. A iniciativa é conduzida pelo Sebrae.
 
A presidente Maria Helena Jeske explica que a cultura do doce começou antes do nascimento da cidade, quando as receitas eram trazidas de Portugal pelos charqueadores. “Enquanto as charqueadas existiram, os doces eram servidos em locais fechados, como os saraus e os casarões. Ao longo do tempo muitas dessas receitas, que fizeram a tradição da cidade na confecção de doces, começaram a ser modificadas e, para que isso não ocorresse, foi criada a associação”, justifica.

Uma das metas é preservar e resgatar receitas, registradas em livros. Aquelas que são tombadas como patrimônio cultural foram descobertas em levantamento do historiador Mário Osório Magalhães. Segundo Maria Helena, a certificação identifica o verdadeiro doce de Pelotas. Trata-se do produto que representa um legado cultural da cidade e por isso é protegido por selo de autenticidade. A associação reúne hoje 16 doceiras.

Para Maria Helena, a iguaria local é uma forma palpável de sentir a cidade em qualquer lugar. Para produzir o tradicional e certificado doce de Pelotas e participar da entidade foi desenvolvido um regulamento técnico. “Parcerias são estabelecidas entre as empresas produtoras para que mesmo aquelas que não produzem todos os tipos certificados tenham os pedidos de seus clientes atendidos. A garantia de procedência é um fator fundamental para a diferenciação e o sucesso comercial, impedindo que o produto seja prejudicado por imitadores”, destaca. Ela diz que houve crescimento de cerca de 40% das vendas desde a implantação do sistema. A celebração da tradição dos doces pelotenses tem seu ápice na Fenadoce, que neste ano ocorre de 27 de maio a 14 junho.

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