Edifício do grupo EBX, de Eike Batista, é ocupado por famílas sem teto no Rio

Edifício do grupo EBX, de Eike Batista, é ocupado por famílas sem teto no Rio

Moradores foram expulsos de um terreno na zona portuária da capital fluminense

Agência Brasil

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O edifício pertencente ao grupo EBX, do empresário Eike Batista, na zona sul do Rio, foi ocupado na madrugada de desta terça-feira por famílias que foram expulsas de um terreno da Companhia Municipal de Água e Esgoto (Cedae), na zona portuária do Rio. Nesta tarde, representantes do grupo EBX e policiais militares tentaram negociar a saída das famílias do edifício. Na saída, eles informaram que a conversa com os ocupantes era para tentar uma saída pacífica, sem a necessidade de intervenção policial. De acordo com a Polícia Militar (PM), a movimentação no prédio foi percebida na madrugada dessa segunda-feira e duas viaturas estão no local para garantir a segurança.

Para a Associação de Condomínios do Morro da Viúva (Amov), a ocupação não foi uma surpresa e as autoridades tinham sido advertidas no segundo semestre do ano passado. A presidente da associação, Maria Thereza Sombra disse que as autoridades estaduais, municipais e federais não deram importância para os alertas feitos pelos moradores para evitar a ocupação. "Eu vinha falando que isso ia acontecer. A única coisa que eles fizeram foi colocar esse troço branco em volta da grade para tampar o prédio. Eu pedi uma reunião com o José Mariano Beltrame (Secretário de Segurança Pública do Rio) alertando sobre uma possível invasão e disse que isso ia acontecer porque estavam roubando esquadrias", disse.

O sem-teto Junior Dias disse que desde a saída do prédio da Cedae, o grupo esperava alguma alternativa para não dormir na rua. Ele contou que o grupo EBX prometeu procurar a prefeitura do Rio para buscar uma solução. "Eles falaram que vão ver com o pessoal da prefeitura para ver o que pode fazer pela gente. Eles enganaram a gente e estamos aqui, sem moradia, sem lugar para ir. Estava abandonado e nós resolvemos ocupar isso aqui. Eles prometeram, mas até hoje nada foi visto. Estamos na espera, mas não dá para ficar dormindo na rua, morando na rua a tempo de pegar uma doença e morrer".

A desocupação do prédio da Cedae ocorreu de forma pacífica no dia 23 de março, quando a Polícia Militar cercou o local com o apoio do Batalhão de Choque para cumprir um mandado de reintegração de posse.


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