Emergência do Conceição volta a receber pacientes após decisão judicial

Emergência do Conceição volta a receber pacientes após decisão judicial

Coren promete recorrer de liminar que autorizou o atendimento no hospital

Correio do Povo

Hospital ficou 15 horas sem pretar atendimento ao público

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Após receber notificação do Tribunal Regional Federal (TRF), o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-RS) deixou a emergência do Hospital Conceição, em Porto Alegre, e os pacientes voltaram a ser atendidos normalmente a partir das 9h desta quinta-feira. Desde o final da tarde dessa quarta-feira, apenas casos graves eram aceitos, devido à interdição parcial da unidade.

O superintendente do Grupo Hospitalar Conceição (GHC), Carlos Eduardo Nery Paes, conta que a instituição atende, em média, 540 pacientes por dia, mas que não é possível calcular quantos deixaram de ser atendidos nesse período de interdição. O Coren impediu o acesso ao setor e orientou as pessoas a procurarem outros hospitais ou postos de saúde em casos de menor gravidade. Paes estima que muitos pacientes tenham sido prejudicados, pois ele acredita que grande parte não deve ter buscado atendimento em outras instituições.

"Nós encaramos com perplexidade e indignação essa decisão do Coren", disse o superintendente. A medida ocorreu, conforme o conselho, em razão do não atendimento a reivindicações repassadas à direção na quarta-feira da semana passada. Paes, porém, afirma que nessa terça-feira foram informadas as providências que estão sendo tomadas para resolver o problema de superlotação e da falta de profissionais.

Ontem, o Coren fixou cartazes avisando sobre a interdição. Para Paes, a atitude não foi responsável e o conselho deveria ter atuado de outra maneira para não prejudicar a população. Ele explica que um conjunto de ações está sendo desenvolvido, como a contratação de mais 50 trabalhadores há 15 dias, que já reforçam a equipe de 300 profissionais.

Na última semana foi deliberado pelo conselho de administração do GHC a criação de mais 384 vagas nas emergências e áreas de apoio do grupo. Este é o maior aumento na história do Conceição, conforme o superintendente. "As emergências são a parte mais vulnerável do sistema de saúde. Se não funciona a atenção básica, o reflexo é na emergência", salienta. Paes acredita que a grande carência na Capital e região Metropolitana contribua para a superlotação constante no setor. Ele cita como exemplo Alvorada, que corresponde a 15% do público atendido no Conceição.

O superintendente pede que o Coren escute as manifestações da sociedade para comprovar que ações como essa não são a melhor opção. "Não é possível simplesmente fechar as portas dos hospitais que têm emergências lotadas, como nós e outros hospitais públicos e privados de Porto Alegre, pois isso seria a calamidade pública", conclui.

Emergências do SUS da Capital enfrentam superlotação

A restrição no atendimento do Conceição, durante 15 horas, fez com que outras emergências da Capital enfrentassem asuperlotação e, em alguns casos, também trabalhassem com restrição no atendimento.

No Hospital São Lucas da PUC, 37 pessoas eram atendidas em 15 leitos na manhã de hoje. No Complexo Hospitalar Santa Casa, a emergência enfrentou restrição, com atendimento apenas dos casos mais graves. A orientação é para que a população procure outros hospitais para casos menos urgentes. Na emergência estavam 28 pessoas onde há apenas 12 leitos.

No Hospital de Clínicas, a situação não é diferente. A emergência tem 49 leitos adultos e atendia 148 pessoas nesta manhã. Já na emergência pediátrica, são 9 leitos e 12 crianças receberam atendimento. A instituição também pede aos usuários com menor gravidade que procurem postos de saúde antes de ir até a instituição.

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