Emergências hospitalares atendem com superlotação em Porto Alegre

Emergências hospitalares atendem com superlotação em Porto Alegre

Direções das casas de saúde pedem que os pacientes procurem outras unidades

Jessica Hübler

Emergências hospitalares atendem com superlotação em Porto Alegre

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Duas das maiores emergências hospitalares de Porto Alegre, além de diversas instituições de saúde, como a UPA Moacyr Scliar, estavam com atendimento restrito desde a manhã de segunda-feira até pelo menos o final da tarde desta terça-feira, em virtude da superlotação. O Hospital de Clínicas e o Hospital Conceição atendiam somente casos com risco de morte.

Conforme a Secretaria municipal da Saúde, as emergências da Santa Casa, São Lucas e Hospital da Restinga também operavam acima da capacidade de leitos. Os Pronto Atendimentos Bom Jesus e Cruzeiro do Sul também operavam com superlotação. Na emergência do Conceição, por exemplo, havia 115 pacientes hospitalizados, para 64 leitos na tarde desta terça. Na segunda-feira, o cenário era semelhante: eram 110 pacientes para 64 leitos. No Clínicas, eram atendidos 108 pacientes adultos para 41 leitos e 10 crianças para 9 leitos pediátricos.

As direções das casas de saúde pedem que os pacientes procurem outras unidades. A medida é necessária para garantir a qualidade e a segurança do atendimento. Na UPA Moacyr Scliar, vinculada ao Grupo Hospitalar Conceição (GHC), localizada na Zona Norte de Porto Alegre, a gerente Lucia Osório, lamentou a restrição do atendimento a casos graves. "Temos um número de pessoas para atender o número existente de leitos, não para superlotação. Conseguimos receber todos os casos graves, mas a situação está preocupante", ressaltou.

Segundo ela, pela tarde, havia 26 pacientes para 12 leitos na sala de observação, sendo que 14 permaneciam sentados na sala de medicação. Na emergência havia nove pacientes para três leitos e, na pediatria, os quatro leitos estavam ocupados. "Não temos mais pessoas para atender", ressaltou.

A equipe de atendimento é formada por quatro médicos, 11 técnicos de enfermagem e duas enfermeiras. Além da superlotação, Lucia também enfatizou que o tempo médio de permanência dos pacientes aumentou. "Deveria ser um período de 24 horas até estabilizar, para serem liberados, mas alguns pacientes ficam, em média quatro dias. Teve casos em que o paciente precisou ficar 15 dias, não temos essa estrutura", disse.

Hospital da Criança Conceição ainda não restringiu atendimento, mas direção admite que há possibilidade. Conforme o gerente das unidades de internação do Hospital da Criança Conceição, Rudney Fonseca de Carvalho, o movimento na emergência aumentou significativamente desde o final de semana, quando uma média de 270 atendimentos foram realizados por dia. "Estamos no limite do atendimento e a sala de observação está lotada, temos poucos leitos no hospital e isso está sufocando", declarou.

Segundo ele, há uma recomendação quase de alerta para que as pessoas busquem os postos de saúde para casos com menos gravidade. Na sala de observação, 30 crianças eram atendidas em uma estrutura com 14 leitos. Pelo menos 16 permaneciam em macas improvisadas de atendimento de urgência.

"Seria importante que as pessoas buscassem o serviço só em casos de real necessidade, pois isso provoca longos períodos de espera, além do estresse. Não é uma coisa inusitada, todos os anos, nesse período, isso acontece. É uma época muito difícil, ainda mais com a instabilidade do clima", explicou.

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