Encontrado pela família, cãozinho Johnny vira patrulheiro de mascotes fujões

O cachorro Johnny experimentou a vida de fujão, mas decidiu para casa e agora é um patrulheiro online, em busca de outros cães e gatos que andam aprontando por aí, longe dos seus aflitos donos. O "esconde-esconde" do cãozinho começou em 23 de fevereiro e a família só conseguiu achá-lo, com ajuda de avisos numa página de Facebook, em 8 de março, numa jornada que começou num passeio no Parque Marinha, no bairro Menino Deus, e só foi terminar na Cohab Cavalhada, a cerca de 12 quilômetros.

Adotado em agosto de 2015, com dois anos e meio, já tendo passado pela fase de comer chinelos e sofás da casa, Johnny revelou sua faceta rebelde. Durante um passeio com uma tia, se soltou com a coleira e foi brincar com outros cachorros do parque que estavam com um papeleiro. A tia voltou para casa e avisou os donos, mas quando eles foram até lá já era tarde demais: Johnny tinha começado sua missão de bater o recorde de "esconde-esconde" canino.

No desespero de achar o filhotão, a "mãe", Amanda, teve a ideia de criar uma página de Facebook. Mas nada de tom desesperado e, sim, um grande aventura do cachorro, com a esperança de encontrá-lo no fim da jornada. "A repercussão foi maravilhosa, nunca poderíamos imaginar que em uma semana a página chegaria no alcance que chegou e no engajamento das pessoas nos incentivando a não desistir da nossa busca", destacou ela, já com Johnny ao seu lado novamente. A página na rede social atualmente tem mais de 2,3 mil fãs.

Do alarme falso ao reencontro

A quantidade de contribuições, contudo, gerou o efeito colateral dos "alarmes falsos", informações que não se confirmaram e, por alguns momentos, deixaram os donos do Johnny ainda mais tristes: "O primeiro com certeza foi o mais desesperador e frustrante, pois foi logo no início das nossas buscas", contou Amanda. "Alguns alarmes falsos se sucederam depois deste mas já estávamos mais preparados emocionalmente", explicou. "Sempre que ligavam e nos passavam uma informação incompleta, ou não queriam mandar foto, já sabíamos do que se tratava."

Alguns baques, entretanto, não tiraram a família das buscas. "Nunca perdemos a esperança. A gente sempre comentava: 'Uma hora vai ter que ser ele, muita gente está sabendo!'. E, de fato, aconteceu: 13 dias depois!"

"Na hora em que recebemos a ligação, estávamos dentro do carro seguindo duas pistas que tínhamos acabado de receber", detalhou a "mãe". "Pedimos que se a pessoa estivesse realmente com ele nos mandasse uma foto. A foto chegou e nem preciso dizer que comecei a me tremer inteira", emocionou-se Amanda. "A gente morria de medo de não reconhecer, depois de termos visto tantos cachorros praticamente iguais, mas na hora que vi a foto não tive nenhuma dúvida", recordou.

Finalmente veio o reencontro, mas com todos os cuidados para não alimentar falsas esperanças. "Mesmo tendo a confirmação da foto, fomos cautelosos e somente meu noivo e alguns familiares foram. A pessoa que encontrou abriu a porta do carro e ele correu direto pro colo do “pai”. Quando recebemos o vídeo dele dentro do carro o choro foi quase instantâneo."

Mais buscas como retribuição

Com o sucesso da empreitada, a meta é crescer a comunidade e garantir que outras famílias encontrem seus animais de estimação. "Estamos retribuindo toda a ajuda e carinho que as pessoas tiveram com o caso do Johnny", explicou Amanda. E um fujão já encontrou o lar. "Tivemos um caso em que o cãozinho foi encontrado", destacou. "Sempre tivemos vontade de ajudar na causa animal e pretendemos expandir a iniciativa."

O Johnny, por sua vez, garantiu que não vai mais aprontar dessas e, para compensar, quer virar detetive canino. "Fiquei sabendo que tenho muitos 'aumigos' que estão brincando de esconder e precisam da minha ajuda pra encontrar suas famílias! Muito obrigado a todos que nos ajudaram, estou muito feliz de estar em casa com a mãe e o pai! Aubraços!"