Enfermeiros e técnicos realizam novo protesto pelo aumento do piso em Porto Alegre

Enfermeiros e técnicos realizam novo protesto pelo aumento do piso em Porto Alegre

Profissionais estão reunidos em frente ao Instituto de Cardiologia, no bairro Santana

Felipe Faleiro

Mobilização ocupa a calçada em frente ao Instituto de Cardiologia nesta quarta

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Profissionais da Enfermagem de várias partes do Rio Grande do Sul realizam nesta quarta-feira uma nova mobilização pacífica em defesa da categoria e contra a suspensão por 60 dias do aumento do piso salarial determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Com cartazes e palavras de ordem, eles se reúnem em frente ao Instituto de Cardiologia, no bairro Santana, em Porto Alegre, em um ato que deverá durar 12 horas, de manhã até o começo da noite. Apesar do protesto, os manifestantes dizem reconhecer que houve avanços na liberação do reajuste salarial, especialmente no âmbito do Congresso Nacional.

O protesto é organizado por entidades como o Sindisaúde-RS e o Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), e vem na sequência de outra mobilização da categoria, realizada no último dia 9, em frente a Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. “Estamos acompanhando as movimentações em Brasília relacionadas às possibilidades de fontes de receita para custear o aumento. Acreditamos que até o final do prazo de suspensão haverá uma resolução”, avalia o presidente do Sindisaúde-RS, Julio Cesar Jesien.

Ainda hoje, também ocorrem protestos semelhantes em municípios como Erechim, Santa Maria, Eldorado do Sul, Passo Fundo e Caxias do Sul. “Esperamos que o movimento cresça ainda mais”, afirma ele. “Este é o momento de a categoria compreender que este é o momento de fazermos esta mobilização. Criamos uma hashtag específica para fomentar as discussões pelo custeio, porque precisamos pressionar os congressistas para terminarem o trabalho que foi iniciado lá atrás”, pontua a presidente do Sergs, Claudia Franco.

De acordo com ela, ainda que tenha sido criada no Congresso um grupo de trabalho para discutir o impacto financeiro da medida, e há o apoio de autoridades como os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco, e da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, o trabalho dos parlamentares “ficou pela metade”. “Eles somente aprovaram, mas estavam preparados para um veto da medida que não aconteceu imediatamente. Quando ele veio, começaram a discutir o custeio. Aí é claro que as entidades como a Confederação Nacional de Saúde entraram com este pedido de liminar para a suspensão que foi acatada pelo STF”, diz.

Sobre uma eventual greve da categoria em caso de manutenção da suspensão, Claudia afirma que “há uma compreensão jurídica de que não existe um fato jurídico” para tê-la. “Se está suspenso, não há como ter o pagamento. Sabemos de vários estados que têm liminares contrárias à paralisação. Só que não podemos correr o risco de brincar com os trabalhadores. Se, no final do prazo de suspensão [4 de novembro] a liminar for renovada, temos de partir para outra etapa do nosso movimento”, comenta a presidente do Sergs.


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