Entidade representante de hidrovias cobra navegação facilitada ao governo do RS

Entidade representante de hidrovias cobra navegação facilitada ao governo do RS

Associação se reuniu com Secretaria de Logística e Transportes e ouviu que há recursos para investimentos

Felipe Faleiro

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A Associação Hidrovias do Rio Grande do Sul (HidroviasRS), formada por entidades como Famurs, Farsul, Fecomércio-RS e Fiergs, cobra do governo do Estado a resolução urgente de gargalos à navegação nas áreas da Lagoa dos Patos e foz dos rios dos Sinos, Caí, Jacuí e Gravataí. A HidroviasRS se reuniu na última segunda-feira com o secretário de Logística e Transportes do Estado, Luiz Gustavo de Souza, e entregou uma carta que aponta os principais problemas relacionados à navegabilidade no Estado.

Conforme o documento, obtido pelo Correio do Povo, “a solução destes obstáculos é indispensável para transformar o Rio Grande do Sul num grande corredor logístico no âmbito do Cone Sul e nos mercados internacionais”. “Você está afastando empreendimentos do Estado. Têm empresas aqui que não conseguem investir. Para isto, é preciso ter calado para receber a matéria-prima. Aqui na região, ela não consegue receber a carga necessária, ou, para recebê-la normalmente, é preciso contratar duas embarcações. É um absurdo”, afirma o presidente da HidroviasRS, Wilen Manteli.

A entidade enfatizou que os serviços devem ser iniciados “antes do próximo verão, caso contrário, a navegabilidade ficará crítica, especialmente pela estiagem que poderá ocorrer”. Outra demanda apresentada foi o balanceamento da matriz de transportes do Estado. Conforme a HidroviasRS, em torno de 88% do transporte gaúcho é representado pelo modal rodoviário, número muito acima da média nacional, que é de 61%. 

Na reunião, a entidade afirma ter ouvido que há dinheiro para ser aplicado nas hidrovias, mas a aplicação deve ser feita com cautela, em razão do período eleitoral. Entre as hipóteses apontadas como alternativas, Manteli comenta sobre realizar uma licitação para que empresas especializadas realizem as dragagens necessárias, com a compensação por meio de pedágio, no qual o Estado entraria com parte do valor caso o mesmo não atinja o montante esperado. 

“O valor não pode ser um que inviabilize o transporte em águas interiores. É uma prática muito usada em outros países, e que aqui deveria também ser usada”, afirma o diretor. A associação diz também ter ficado surpresa com a informação de que a própria Secretaria de Logísticas e Transportes, e não a estatal PortosRS, seria responsável pela navegação interior no RS, onde estão localizadas empresas que movimentam por volta de 4 milhões de toneladas por ano. Esta divisão de responsabilidades, diz a HidroviasRS, gera “impasses burocráticos, problemas financeiros, elevação de custos e atrasos na prestação de serviços”. A reportagem procurou o governo do Estado para comentar a respeito da reunião e aguarda retorno.


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