Entidades lançam campanha de doação de órgãos no Rio Grande do Sul

Entidades lançam campanha de doação de órgãos no Rio Grande do Sul

Iniciativa visa conscientizar as famílias sobre a importância doação de órgãos e de respeitar a decisão do doador em vida

Felipe Samuel

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Com o objetivo de diminuir a lista de espera por órgãos e tecidos, sete entidades vão lançar na próxima quinta-feira a campanha Diga Sim à Doação de Órgãos. Atualmente, conforme a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), 2.033 pessoas aguardam por doação de órgão no Rio Grande do Sul. A iniciativa visa conscientizar as famílias sobre a importância doação de órgãos e de respeitar a decisão do doador em vida. Por lei, a família precisa autorizar a doação de órgãos e tecido.

Uma das entidades que participam da campanha é a Federação de Entidades Empresariais do Rio Grande Sul (Federasul). A proposta da campanha é abordar todos os ângulos do processo de doação, ouvindo doadores, transplantados, pacientes que aguardam os órgãos, familiares e médicos. Vice-presidente da Federasul e coordenador da campanha, Rodrigo Sousa Costa explica que a entidade vai realizar 16 lives, cada uma com 30 minutos de duração. Costa destaca que a pandemia do novo coronavírus impactou as doações e aumentou o número de pessoas que estão na fila à espera de um transplante no Estado.

Conforme dados da ABTO do primeiro semestre, 110 pessoas aguardam por transplante de pulmão no RS e outras 15 por transplante de coração. "Dados do primeiro semestre da ABTO apontam que 68 famílias disseram não à doação de órgãos. Isso poderia ter zerado o número de pessoas que esperam por esses transplantes", observa. Segundo Costa, tradicionalmente os gaúchos sempre doaram órgãos acima da média brasileira, mas com a pandemia esse número diminuiu. "Cerca de 60% das famílias disseram sim à doação, mas índice era de 80%", revela. Costa destaca que a ideia é abordar o assunto de forma a sensibilizar as pessoas quanto a decisão em vida sobre doação de órgãos. "Cada doador chega atender até dez pessoas", frisa.

No Brasil quem decide a doação dos órgãos é a família de quem morreu, que precisa dizer sim durante a entrevista de doação. Por conta da dor pela perda de algum parente, Sousa Costa explica que muitas vezes os familiares não têm disposição para pensar no assunto. Por isso, ele reforça a necessidade de mobilizar a sociedade em prol da doação de órgãos. "Tem 2033 pessoas que, se decidirmos que somos doadores de órgãos, daqui um ano podem estar salvos", avalia. A ação vai acontecer na próxima quinta (02), às 8h quando cada presidente de entidades participantes vai publicar, nas suas redes sociais, o certificado de doador que pode ser feito no site do Tribunal de Justiça pelo link www.doarelegal.tjrs.js.br.

Simultaneamente, na sede da Federasul, também nas redes sociais, uma série de lives híbridas serão conduzidas pela diretoria por jornalistas convidados de cada veículo, abordando todos os aspectos da doação. Entre os convidados estarão médicos, transplantados e doadores. A campanha reúne a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), Ordem dos Advogados do Brasil-RS (OAB-RS), Sindicato do Ensino Privado do Rio Grande do Sul (Sinepe/RS), Assembleia Legislativa e a ONG De Ponto a Vírgula.


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