Escolas de samba pedem regularização da luz em Porto Alegre

Escolas de samba pedem regularização da luz em Porto Alegre

Representantes de escolas de samba se reuniram com a Prefeitura e a CEEE Grupo Equatorial

Felipe Faleiro

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Representantes de escolas de samba, da CEEE Grupo Equatorial e da Prefeitura de Porto Alegre se reuniram na tarde desta terça-feira, no Auditório da Prefeitura, no Centro Histórico. Na pauta, um problema que vem sendo recorrente e perturbando as agremiações: a regularização da energia dos barracões e do Complexo Cultural do Porto Seco.

Muitas escolas afirmam que têm recorrido aos “gatos” de energia, pois não têm condições de arcar com os custos da luz. A reunião, portanto, foi para mediar uma solução conjunta entre todas as partes.

Os desfiles de Carnaval estão marcados para os dias 6, 7 e 8 de maio, depois de terem sido adiados por conta da pandemia da Covid-19. O prefeito Sebastião Melo fez a abertura da reunião, cobrando respostas ágeis por parte da distribuidora de energia elétrica. “Tudo o que não queremos é chegar próximo das datas dos desfiles e acontecer um desespero. Sabemos que todas as escolas têm problemas, umas mais, outras menos”, comentou ele.

Melo citou também como exemplo do que “não deve ser” a interdição da sede da escola de samba Imperatriz Dona Leopoldina, no bairro Rubem Berta, no último sábado, relacionada à falta de medidas de segurança apropriadas, como a presença de brigadistas.

Os representantes solicitaram a Marcelo Paludo, consultor da CEEE Grupo Equatorial, que houvesse retornos individualizados, a fim de atender às demandas das escolas de samba. “Quanto ao Porto Seco, não há quaisquer dívidas da Prefeitura conosco. Inclusive há um crédito”, afirmou ele.

Ainda conforme o representante da CEEE Equatorial, a conta de energia de todas as áreas do complexo cultural é só uma, no nome da Prefeitura. As agremiações temem que, ao pagar as contas de luz, cujos valores são considerados muito altos, não haverá dinheiro para investimentos nas próprias escolas, que cumprem papel social relevante em suas comunidades.

Outra questão abordada diz respeito à subestação que atende o Porto Seco, porém que “foi construída muito longe”, e por isso “há perdas na energia por ela estar longe do centro de carga, que é onde há o maior consumo”, segundo disse Paludo. Além disso, os furtos de cabos são constantes.

Sobre esta construção, Paludo sugeriu a reavaliação do projeto elétrico do local, com apoio das equipes técnicas da CEEE Equatorial. O representante da companhia também concordou em conversar com as escolas para entender as situações das mesmas.

“É preciso haver uma solução para regularização dos barracões, e talvez até aproximar a subestação. O posicionamento dela precisa ser estratégico. Precisamos estar com luz bem antes dos desfiles”, disse Maurício Nunes, presidente da União das Escolas de Samba de Porto Alegre (UESPA). Nunes afirmou ainda que encaminhou um documento à Prefeitura com o pedido de adequações para as escolas. “Acreditamos que está havendo diálogo”, comentou um dos vice-presidentes da entidade, Nilton Pereira.

Os representantes que se manifestaram durante a reunião propuseram à CEEE Grupo Equatorial inclusive o perdão de grande parte da dívida existente, a fim de garantir o fim das dificuldades com as atividades das escolas.


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