Esperançosas, novas famílias de venezuelanos se instalam no RS

Esperançosas, novas famílias de venezuelanos se instalam no RS

Com condições legais de buscar trabalho, grupo que desembarcou nesta quinta dividiu-se entre Canoas e Esteio

Jessica Hübler

Novo grupo de venezuelanos chegou ao RS nesta quinta-feira

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Joerlis Desiree Carvajal e José Luis Faramalla Guevara, ambos com 32 anos, se instalaram em um dos apartamentos do alojamento de Canoas com a pequena Jorghelis Faramalla Carvajal, de 6 anos, e agora sonham com a garantia do próprio sustento, num recomeço de vida em Canoas. O casal de venezuelanos desembarcou nesta quinta-feira no Rio Grande do Sul, com um grupo de outros 174 conterrâneos, que viverão duas cidades gaúchas a partir de agora: 87 foram para Canoas e 89 para Esteio, municípios da Região Metropolitana de Porto Alegre.

“Queremos buscar emprego, somos profissionais e no nosso país não havia emprego. Saímos buscando melhorias e um bem-estar para nossa filha”, afirmou Joerlis, que é engenheira de Sistemas e busca inclusão na área. Assim como ela, o grupo chega a solo gaúcho com toda a documentação encaminhada, inclusive a carteira de trabalho, que permite a inclusão no mercado formal.



Em Esteio, os migrantes foram recepcionados por conterrâneos que chegaram ao município na semana passada. Eles realizaram um jantar de integração com pratos típicos da Venezuela, com a intenção de demonstrar segurança e acolhimento às famílias. A cozinheira Sandra Quintero, 39 anos, e o marido Juan Carlos Rojas, 30, chegaram ao alojamento de Esteio com as netas. “Decidimos viajar para cá para ter o melhor por vir para nossos filhos, nossos netos e minha família em Venezuela. Para minha mãe e meus irmãos que ficaram por lá, poder ajudar com o que for possível. Estamos aqui buscando um melhor futuro”, declarou Sandra.

“Nos trataram que nem cachorro”

No local ainda ficaram instalados outros membros da família como seus três filhos, duas netas, incluindo Mayerlin, de apenas quatro meses que nasceu em um abrigo onde a família estava, em Boa Vista. A irmã de Sandra, Yusmar e a filha dela, Isabella, de um ano e dez meses, também estão no espaço. Yusmar contou que estava em Pacaraima, no estado de Roraima, quando ocorreu uma confusão entre moradores e migrantes. “Me queimaram, nos trataram que nem cachorro. Pedi piedade pela minha filha e acabaram nos poupando, mas senti muito medo”, desabafou.

Após meses dormindo na Praça Simon Bolivár e depois em um abrigo de Boa Vista, convivendo com a incerteza, a insegurança e a falta de oportunidades no mercado do trabalho, a família inteira comemora a chegada no Rio Grande do Sul. “Nos sentimos abraçados”, definiu Yusmar.

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