Estação Rodoviária de Porto Alegre reforça ações de sanitização por conta da Covid-19

Estação Rodoviária de Porto Alegre reforça ações de sanitização por conta da Covid-19

Objetivo é devolver a confiança aos usuários dos serviços do transporte e resgatar movimento

Felipe Samuel

Com equipamentos especiais, funcionários de uma empresa de serviços especializados em sanitização espalhavam um produto que elimina vírus, fungos e bactérias

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Para tentar resgatar parte dos passageiros que deixou de viajar de ônibus por receio de contaminação pelo novo coronavírus, a rodoviária da Capital intensificou a limpeza dos locais de acesso a veículos e reforçou a sanitização em todo o perímetro da estação. Com equipamentos especiais, funcionários de uma empresa de serviços especializados em sanitização espalhavam um produto que elimina vírus, fungos e bactérias. O objetivo é devolver a confiança aos usuários dos serviços do transporte rodoviário que estão com medo de fazer viagens por conta da Covid-19.

Segundo o diretor de operacional da Estação Rodoviária, Giovanni Luigi, a ideia é garantir a segurança e a tranquilidade dos passageiros. Com o surgimento da pandemia, o número de usuários, que já era fraco, reduziu ainda mais nos últimos meses. Para tentar "resgatar" esses passageiros e mudar o cenário atual, marcado por corredores vazios e ausência de clientes, a direção incrementou as medidas de higiene do local e colocou à disposição totens com álcool em gel na bilheteria. "Estamos com movimento 85% abaixo de outros tempos. É uma situação bem complicada", observa.

Proprietário da empresa responsável pela imunização do ambiente, José Hoffmann explica que o produto elimina o novo coronavírus de superfícies em 10 minutos. Em meio ao trabalho dos funcionários, ele garante que o produto não oferece risco às pessoas. "Estamos fazendo sanitização onde há maior circulação de pessoas, nos corredores onde há desembarque de pessoas, para ser todos nós contra a Covid-19", destaca. Em parceria com a rodoviária e a Unesul, eles trataram de higienizar todos os boxes do local sob olhar atento dos poucos passageiros que aguardavam para embarcar nos ônibus.

Além da limpeza do local, a Unesul incrementou a limpeza dos ônibus e buscou inspiração no modelo adotado pela Federação Gaúcha de Futebol (FGF). Com a aplicação do sistema de desinfecção por névoa, chamada de FIP Onboard (abreviação para Fog in Place), desenvolvido pela divisão de inovação da Marcopolo, a empresa adotou novos protocolos de biossegurança para evitar a contaminação por coronavírus, além de outros vírus e bactérias, durante as viagens de ônibus. O processo total de aplicação leva menos de 20 minutos e garante proteção por até três dias. O equipamento é oferecido pela Marcopolo em parceria com a startup Aurratech.

Coordenador comercial da Unesul, Alessandro Carvalho Greczka afirma que a ideia é atrair os passageiros e garantir uma viagem segura. "A empresa tem se preocupado muito com a questão de segurança, por isso reforçou todos procedimentos de higienização para os colaboradores, mas principalmente para seus clientes", frisa. Ele explica que a cada intervalo de viagens é realizado o processo de higienização interno com produtos antibactericidas. Uma máquina instalada do lado de fora é responsável por injetar o produto dentro do veículo, formando uma fumaça branca no interior. "A ideia é fazer com que as pessoas que precisam viajar se sintam extremamente seguras", assinala.

Ao analisar o impacto da pandemia no transporte, Greczka diz que houve redução de 85% do serviço de transporte da empresa. "É uma retomada tanto quanto lenta, estamos no quarto mês de pandemia e chegamos a um volume de 30% do volume que transportávamos no período anterior à pandemia", acrescenta. Ele reforça que existe necessidade de cumprir as orientações estabelecidas pelo sistema de classificação de bandeiras do governo do Estado, o que faz com que a empresa oferte apenas 50% da sua capacidade nos casos em que a bandeira do município é vermelha", destaca. Antes da pandemia, a empresa transportava, em média, 400 mil passageiros por mês. Atualmente, com a queda do número de usuários para 30%, a empresa transporta em média 110 mil passageiros por mês. "Caiu muito, foi uma queda muito significativa, muito expressiva", afirma.

Alcione do Nascimento, analista de inovação da Marcopolo Next, explica que o produto utilizado cria uma névoa sob as superfícies onde o Covid-19 é inativado. "É um processo de desinfecção por vias aéreas. A partir desse novo normal as pessoas estarão mais exigentes onde elas tocarem e nesse contexto estamos trazendo biossegurança para o contexto da mobilidade", destaca.


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