Estado recebe anestésicos comprados no Uruguai para reabastecer UTIs

Estado recebe anestésicos comprados no Uruguai para reabastecer UTIs

Carga foi formada por 500 mil unidades de medicamentos anestésicos comprados pelo Ministério da Saúde

Correio do Povo

Governador em exercício, secretaria da Saúde e presidente da Comissão do Mercosul verificam a chegada no RS da carga de anestésicos vindo do Uruguai

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O Rio Grande do Sul recebeu nesta sexta-feira uma carga de 500 mil unidades de medicamentos anestésicos comprados pelo Ministério da Saúde junto ao governo do Uruguai para abastecer os hospitais gaúchos. São remédios utilizados para sedação, analgesia e bloqueio neuromuscular em cirurgias e também na intubação de pacientes com casos graves da Covid-19 nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTI).

A negociação surgiu através de sugestão do presidente da Comissão do Mercosul da Assembleia Legislativa, deputado Frederico Antunes e da secretaria de Relações Federativas e Internacionais, Ana Amélia Lemos e foi facilitada pela relação binacional criada durante a assinatura do Acordo Sanitário entre o Brasil e o Uruguai - intermediado pela Secretaria da Saúde (SES) e pelo Governo do Estado - para o enfrentamento ao coronavírus, assinado no dia 26 de junho.

A carga foi carregada em caminhões do Exército Brasileiro e escoltada até Porto Alegre, depois de ser e recebida no Porto Seco de Jaguarão, fronteira como Uruguai. A cheda prevista em Porto Alegre é na madrugada deste sábado. Parte desses medicamentos também será destinada a Florianópolis (SC).

Os itens foram adquiridos pelo Ministério da Saúde, e a SES deve definir os critérios para a distribuição, conforme as necessidades dos hospitais. “Mesmo que a compra de medicamentos seja de responsabilidade dos hospitais, durante a pandemia do coronavírus, essa compra internacional de emergência foi muito necessária”, afirmou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.

No início de julho, quando foi constatado o risco de escassez e a falta de medicamentos para utilização nas UTIs das redes hospitalares do RS e do país e diante da dificuldade de aquisição destes medicamentos, os hospitais gaúchos informaram o Governo do Estado sobre a situação de risco de desabastecimento. A secretária Arita começou a fazer contatos com o Ministério da Saúde, com parlamentares estaduais e federais e com diversas entidades, no sentido de buscar alternativas para a normalização da situação de desabastecimento.

Além da compra dos medicamentos no Uruguai, o Estado aguarda o envio de um carregamento disponibilizado pelo próprio MS, ainda sem previsão de entrega. Também foi criada uma parceria com o Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV) e com o Conselho de Secretarias Municipais da Saúde (Cosems) para doação de itens liberados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que podem ser usados tanto em animais quanto em humanos.

Durante videoconferência promovida pela Câmara de Deputados, no dia 13 de julho, com a presença do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, a secretária Arita frisou: “Nossa maior preocupação neste momento é resolver o desabastecimento de remédios necessários à intubação dos pacientes mais graves da Covid-19”. Ela lembrou que “a rede assistencial do Estado foi toda estruturada desde o início da pandemia para que os gaúchos tenham todo o cuidado necessário para enfrentar e se recuperar da doença, mas não conseguiremos vencer o coronavírus sem esses medicamentos”, completou.


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