Estudantes protestam contra fim da meia passagem em Porto Alegre

Estudantes protestam contra fim da meia passagem em Porto Alegre

Tramita na Câmara projeto de lei do Executivo que prevê restrição do benefício somente aos estudantes que comprovarem baixa renda

Cláudio Isaías

Manifestação reuniu cerca de 500 pessoas contra projeto que tramita na Câmara da Capital

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Cerca de 500 estudantes secundaristas ligados a União Metropolitana dos Estudantes Secundários de Porto Alegre (Umespa) e a União Gaúcha dos Estudantes Secundaristas (Uges) protestaram contra o fim do meio passe estudantil na cidade. Tramita na Câmara de Vereadores um projeto de lei do Executivo que pretende restringir a meia passagem somente aos estudantes de baixa renda.

Ainda na manifestação dessa manhã, os alunos receberam apoio de servidores públicos estaduais que manifestavam-se contra o atraso de salários do funcionalismo e contra o contingenciamento de verbas para a área da educação em âmbito federal.

A mobilização começou por volta das 9h, com concentração dos estudantes na frente do colégio estadual Júlio de Castilhos, em Porto Alegre. Às 10h, o grupo acompanhado de um caminhão de som iniciou a caminhada pela avenida João Pessoa com destino ao Centro Administrativo Fernando Ferrari, na avenida Borges de Medeiros. Eles passaram ainda pelo Paço Municipal onde protestaram contra o prefeito Nelson Marchezan Júnior.

Em razão do protesto, a faixa da avenida João Pessoa, no sentido bairro/Centro, ficou completamente bloqueada. O mesmo aconteceu na rua Luiz Englert , na avenida Paulo Gama, no Túnel da Conceição, e nas avenidas Mauá e Borges de Medeiros. Em razão da manifestação, o trânsito chegou a ficar lento e congestionado também na avenida Osvaldo Aranha, no sentido bairro/Centro.   

A presidente da Umespa, Vitória Cabreira, disse que o ato foi organizado para marcar o mês do estudante (agosto) e fortalecer a luta da categoria em diversas frentes. “Estamos protestando porque o governo do prefeito Nelson Marchezan Júnior passou o projeto do meio passe na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) sem diálogo com os estudantes. Estamos aqui para defender o meio passe para o estudante, mas também para denunciar o atraso do salários dos nossos professores. Estamos aqui também para falar sobre os cortes na área da educação do governo Jair Bolsonaro. Hoje, os estudantes secundaristas não têm a garantia de que vão sair e entrar em uma universidade pública”, acrescentou.

A vice-presidente do DCE da Ulbra, Camila Maranoski, afirmou que o protesto era contra o sucateamento da educação brasileira. "É um dia de luta a favor da educação do nosso país e dos professores", destacou. Aos gritos de “eta, eta, eta... se tirar o meio passe a gente pula a roleta” o grupo des estudantes caminhou pelas ruas da área central e outra parte realizou o trajeto pelo Parque da Redenção.

Os estudantes carregavam faixas com as frases: "Nossa arma é a educação", "Contra os cortes! Em Defesa do nosso futuro", "Estudante na sala de aula tem o direito de pensar" e "Escola sem partido é ditadura militar". O protesto contou com a participação de alunos das escolas Ildo Meneghetti, Júlio de Castilhos, Protásio Alves, Inácio Montanha, Instituto de Educação e Glicério Alves.

Paralisação dos professores e funcionários 

A próxima semana será marcada pela realização de atos em defesa dos direitos dos educadores gaúchos. No dia 2 de setembro, em protesto ao 45º mês de atraso e parcelamento dos salários, professores e funcionários irão paralisar as atividades nas escolas públicas estaduais de todo o Rio Grande do Sul.

A pauta de reivindicação da categoria exige reposição emergencial de 28,78%, pagamento em dia e realização de concursos públicos para professores(as) e funcionários(as) de escola. No dia 27 de agosto, a direção do Cpers/Sindicato protocolou um pedido de inspeção extraordinária das contas do Estado no Tribunal de Contas do Estado (TCE), questionando a continuidade da política de atraso, parcelamento e congelamento salarial apesar do crescimento das receitas.

Na próxima terça-feira, deve ocorrer o Ato Estadual em Defesa dos Contratados, pela não demissão, por concurso público e reajuste salarial. A manifestação, que contará com a presença de centenas de educadores de diversas regiões do Estado, ocorrerá na Praça da Matriz a partir das 10h. A intenção do sindicato dos professores é pressionar os deputados para que aprovem a emenda parlamentar ao projeto de lei 392/2019 que autoriza o Poder Executivo a realizar a contratação emergencial de cinco mil professores e sinaliza para a realização de concurso público a partir de 2020.

Protocolada pela Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, presidida pela deputada Sofia Cavedon (PT), a emenda propõe garantir a manutenção dos atuais contratos emergenciais até que sejam substituídos por nomeados. O Cpers defende o teor da emenda, bem como a realização imediata de concursos públicos.


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