Estudo aponta eficácia da Proxalutamida na redução de internação e mortalidade por Covid-19

Estudo aponta eficácia da Proxalutamida na redução de internação e mortalidade por Covid-19

Até o momento, medicamento não é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

Jessica Hübler

Até o momento, medicamento não é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

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Um novo estudo sobre o uso de medicamentos para tratamento do coronavírus foi divulgado. Desta vez, o material trata do uso de Proxalutamida em pacientes hospitalizados por Covid-19 em estado crítico. Um grupo fez uso do medicamento e o outro grupo utilizou placebo. Os trabalhos foram feitos em parceria entre o Grupo Samel e a empresa de biotecnologia norte-americana Applied Biology.

De acordo com os resultados do estudo clínico, o uso de Proxalutamida reduziu em 92,2% a mortalidade. Além disso, os pacientes que fizeram uso do medicamento também ficaram três vezes menos tempo internados. Conforme o estudo, as pessoas que não utilizaram a medicação ficaram, em média, 14 dias hospitalizadas, enquanto os pacientes medicados permaneceram cinco dias hospitalizados.

As conclusões do estudo demonstram que Proxalutamida reduziu o número de mortes, reduziu substancialmente o tempo de internação hospitalar, além de inibir a progressão da Covid-19. O medicamento ainda parece atuar nos quatro principais mecanismos da morte em decorrência da doença.

Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, a médica de família e mestre em imunologia pediátrica, Valerie Kreutz, afirmou que o medicamento é uma opção muito interessante. "Ainda tem bastante pesquisa pela frente, mas como estamos em um momento de pandemia, que muitas coisas estão ocorrendo, por isso se revelou esses dados, logo que tiveram pela situação caótica que vivemos na área da saúde hoje", destacou.

Ainda segundo Kreutz, não é uma resposta definitiva, mas é "muito importante". "Agora se conseguiu montar um estudo, mas já existia uma teoria sobre isso, tanto é que já estão sendo utilizadas medicações semelhantes", frisou. Além disso, Kreutz afirmou que os estudos preliminares estão sendo divulgados "pois estamos no meio de uma pandemia e precisamos salvar vidas". "Qualquer opção temos que pensar, estudar e até mesmo tentar, é obrigação do médico tentar, faz parte da Medicina", assinalou, lembrando que é preciso de mais possibilidade de tratamento para a doença.

Até o momento o medicamento não é regulamentado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na sexta-feira, 19 de março, a Simi Consultoria pediu adiamento de uma reunião que estava agendada com a Avisa, para tratar sobre o medicamento Proxalutamida. Uma nova data deve ser solicitada pela empresa. Até o momento, não há qualquer pedido sobre a Proxalutamida na Agência.

A Anvisa tem realizado encontros técnicos com todas as empresas interessadas no desenvolvimento de vacinas e medicamentos contra a Covid-19. Esta é uma estratégia da Agência para acompanhar e orientar as empresas e para dar agilidade ao processo de regularização.


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