Ex-sócio da Boate Kiss entra com ação pedindo indenização de entes públicos

Ex-sócio da Boate Kiss entra com ação pedindo indenização de entes públicos

Spohr sustenta que tinha todos os documentos e foi levado ao erro por acreditar que estava legalizado

Correio do Povo

Elissandro Spohr havia afirmado em depoimento que MP, bombeiros e prefeitura haviam sido negligentes

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O ex-sócio e réu do processo criminal que apura as responsabilidades sobre a tragédia na Boate Kiss, Elissandro Spohr, o Kiko, ingressou com ação indenizatória de dano moral contra 15 pessoas, inclusive contra o prefeito de Santa Maria, Cezar Schirmer. Além do mandatário do município, a lista inclui servidores da administração, bombeiros e o promotor Público Ricardo Lozza - um dos responsáveis pela denúncia criminal contra Kiko e outros três réus. Além do Estado e o Município.

Leia mais sobre a trágedia da Boate Kiss

Spohr pretende receber indenizações individuais de, pelo menos, 40 salários mínimos (pouco mais de R$ 35 mil). O ex-sócio sustenta que o acidente na boate ocorreu apenas pela negligência dos entes públicos. Ele afirma que atendeu todas as exigências da documentação legais (alvarás, PPCI, TAC) e foi levado a erro quando acreditou que eram suficientes.

"Muitos foram os 'auditores' do empreendimento", aponta, referindo-se ao trabalho de fiscalização realizado pela Prefeitura, pelos Bombeiros e pelo Ministério Público - que referendaram o funcionamento casa noturna.

Com a ação, Spohr afirma que irá "demonstrar que sofreu e está sofrendo dano moral, graças à negligência dos agentes públicos, responsáveis pela fiscalização e pela expedição de alvarás, os quais permitiram, em conjunto, o funcionamento da Boate Kiss, exatamente com a configuração que estava no dia do acidente".

Tragédia

O incêndio na boate Kiss – que ficava na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro de 2013. Dos que participavam de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 242 morreram em decorrência do fogo.

Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram.

Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.


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