Ex-sócio da Kiss será ouvido nesta terça em Santa Maria

Ex-sócio da Kiss será ouvido nesta terça em Santa Maria

Depoimentos de réus prosseguem à tarde

Renato Oliveira

Ex-sócio da Kiss será ouvido nesta terça em Santa Maria

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Nesta terça-feira prosseguem os depoimentos dos réus do processo que apura as responsabilidades pela tragédia da boate Kiss, que provocou 242 mortes e deixou 600 feridos em Santa Maria. O ex-sócio da casa noturna, Elissandro Spohr, o Kiko, deve ser ouvido a partir das 13h30min no Salão do Júri do Fórum do município da região central do Estado.

Os depoimentos de Kiko e Mauro Hoffmann - outro sócio da boate - geram grande expectátiva, principalmente junto aos familiares das vítimas da tragédia. Segundo o presidente do "Movimento Santa Maria do Luto à Luta", Flávio Silva, os dois poderão trazer algumas novidades ao processo, especialmente no que se refere à participação de órgãos públicos na tragédia. "Esperamos que possam informar como a boate funcionava irregularmante e quem se responsabilizou pela liberação dos documentos a fim de que a mesma abrisse", declarou Silva.

Na quinta-feira, ocorre o depoimento de Mauro Hoffmann no Fórum de Porto Alegre. O titular da 1ª Vara Criminal, juiz Ulysses Fonseca Louzada, coordena o processo e  irá conduzir os trabalhos em Santa Maria e Porto Alegre.

Os quatro réus respondem à acusação de homicidio qualificado.Terminada a etapa de depoimentos, o magistrado receberá a apresentação das teses finais de defesa e acusação. Depois da decisão do juiz, as defesas poderão recorrer, o que torna difícil prever uma data para o julgamento.

Tragédia

O incêndio na boate Kiss – que ficava na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro de 2013. Dos que participavam de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 242 morreram em decorrência do fogo.

Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram.

Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.

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