Exposição retrata os 100 anos da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana pelo olhar de um civil gaúcho

Exposição retrata os 100 anos da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana pelo olhar de um civil gaúcho

Octavio Corrêa, de Quaraí, saiu do RS, foi para França e na volta se juntou aos militares no Rio de Janeiro

Correio do Povo

Exposição fica até 15 de julho na Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

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O centenário da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana é o tema da exposição  que começou na segunda-feira, no Espaço Clébio Sória, térreo da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. A mostra relata a primeira manifestação do Tenentismo pelo enfoque de Octavio Corrêa, um gaúcho do Quaraí que fazia sucesso em Paris, na França, até se envolver em uma confusão no país, voltar para o  Rio de Janeiro e  se juntar aos rebeldes militares. O único civil entre os tenentes, trajando chapéu, terno e gravata, com o fuzil na mão esquerda, Corrêa estava à frente quando apenas 18 heróis enfrentaram 3 mil militares, em julho de 1922. Os pesquisadores e organizadores da exposição, o jornalista, advogado e secretário-geral do Movimento de Justiça e Direitos Humanos, Afonso Licks, e a advogada Josete Mirapalheta, também apresentaram o livro "Octavio, O Civil dos 18 do Forte de Copacabana", lançado em 2016, justamente com essa exposição, que passou por algumas mudanças para contar um ponto de vista desse acontecimento que está nas páginas da história  do Brasil.

A ideia de fazer a exposição pela perspectiva do gaúcho de Quaraí, expressa em oito telas que remetem aos principais momentos de Corrêa até voltar ao Brasil,   surgiu a partir da observação de uma imagem que retrata o fato, onde um civil bem trajado está na frente dos demais integrantes. “Aquilo despertou minha curiosidade e perguntei para muitas pessoas, até do próprio Forte, quem era aquele homem, mas não souberam dizer”, explicou. Licks elucidou que o gaúcho  era filho de um fazendeiro muito rico, “um dos maiores pagadores de impostos do RS”, que fugiu para Paris, foi expulso por aceitar um duelo, o que era proibido na época, e voltou para o Rio de Janeiro, intrigou o pesquisador. “É um civil desconhecido e que se envolveu ativamente no conflito e por isso decidi contar a história pelo olhar dele”, salientou.

Josete reforça que a construção do trabalho teve uma análise documental, entre outras metodologias, modelo que a permitiu fazer uma descoberta. Segundo ela, saíram 18 homens, 17 tenentes e um civil, mas chegaram à frente da tropa, apenas 12, contando com Corrêa.“À medida que foram se aproximando, alguns foram desistindo, então no momento do conflito, havia 12 homens, incluindo Correâ”, disse. A intenção é continuar levando a mostra para outros locais. A Exposição Centenário da Revolta dos 18 do Forte de Copacabana fica até o dia 15 de julho, no mesmo lugar, na Câmara de Vereadores de Porto Alegre. 

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