Falta de energia prejudica moradores e comércio do centro de Porto Alegre

Falta de energia prejudica moradores e comércio do centro de Porto Alegre

Edifícios, lojas e instituições públicas estão sem energia elétrica

Paulo Roberto Tavares

Falta de energia prejudica moradores e comércio do centro de Porto Alegre

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A falta de energia elétrica, nesta segunda, prejudicou inúmeras pessoas em parte da Rua dos Andradas, no Centro da Capital. Desde as 11h30min, edifícios, lojas e instituições públicas ficaram sem energia elétrica, prejudicando, inclusive, serviços prestados pela Prefeitura. 



De acordo com a Companhia Estadual de Energia Elétrica (CEEE), o problema ocorreu após um equipamento particular no edifício União entrar em curto-circuito e afetar outros locais. Para resolver a situação, as equipes da estatal precisariam entrar em uma caixa onde estão os fios, cuja acesso é feito por um bueiro.

O problema é que este local, em frente ao número 901 da Rua dos Andradas, foi invadido pelo esgoto, impossibilitando os funcionários de chegarem até os fios. O buraco tem cerca de três metros de profundidade. O Dmae afirmou que só foi acionado às 16h. O caminhão da empresa chegou para fazer o serviço de limpeza do local por volta das 18h30min. 

Porém, até o conserto total, muitas pessoas foram lesadas e contabilizaram prejuízos. Foi o caso de Maria Izabel Medina dos Santos. Ela foi pela manhã até a sede do Procon para resolver um problema com o telefone. Quando chegou ao prédio, recém a energia elétrica tinha acabado. Segundo ela, como sempre vem ao Centro na segunda-feira, resolveu esperar até a parte da tarde para voltar ao Procon. Quando retornou, por volta das 14h, ainda não havia luz. "Estou decepcionada, pois é um transtorno enorme", reclamou. "Não posso esperar tanto tempo para resolver a situação, é algo urgente. Vou esperar aqui até que encontrem uma solução", afirmou.

Ao lado, no edifício da Secretaria Municipal de Educação (Smed), funcionários esperavam no corredor a volta da luz. Anderson Santos conseguiu ser atendido no saguão. Ele precisava entregar o vale gás das escolas municipais. Uma funcionária desceu até o térreo para atendê-lo, recebendo toda a documentação. A assinatura dos papeis foi feita sob a luz da lanterna da recepcionista. "Se eu não entregasse os vales hoje, as escolas da rede municipal ficariam sem gás", contou Santos. "Ainda bem que uma funcionária me atendeu".

A comerciante Fátima Bertoldi também estava indignada com a falta de luz na loja e na lotérica que administra. O prejuízo, disse ela, é grande, apesar de não ter ainda contabilizado as perdas financeiras dos dois estabelecimentos. As pessoas estavam comprando os bilhetes de loteria feitos "no escuro". No entanto, o público não estava pagando as contas. "Fazer o que?", questionou, demonstrando impaciência com a situação. "Esta falta de energia elétrica prejudica tudo. É um absurdo", comentou. Ao lado, o mercado O Dia também padecia com o problema, mas ninguém quis falar sobre o caso.

O Edifício Cacique também ficou sem energia elétrica. Na parte da manhã, pessoas chagaram a fazer fila para irem aos escritórios existentes do prédio. De acordo com o advogado Marcelo Cardoso Carlucci, desde 11h30min o prédio inteiro ficou sem luz, gerando um grande transtorno. Os elevadores funcionaram devido a um gerador próprio, mas outros serviços não puderam ser acessados, como Internet e telefone. O transtorno, segundo Carlucci, foi grande. "Considero essa situação uma vergonha para uma cidade que é a capital do RS", comentou o advogado. "Um Estado que sempre foi bem servido nesta área e agora surge este problema".

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