Familiares passam madrugadas à espera de notícias de parentes internados nas UPAs de Porto Alegre

Familiares passam madrugadas à espera de notícias de parentes internados nas UPAs de Porto Alegre

Unidades de Pronto Atendimento seguem atendendo somente casos de extrema gravidade em razão da superlotação

Sidney de Jesus

Demanda de atendimentos para pessoas que apresentam sinais do coronavírus tem sido grande

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Em razão do agravamento da pandemia, as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Porto Alegre seguem atendendo somente casos de extrema gravidade. Com superlotação, as UPAs Bom Jesus, Lomba do Pinheiro, Cruzeiro do Sul e Moacyr Scliar orientam as pessoas com enfermidades superficiais a buscarem atendimento nas unidades básicas próximas às suas residências. Com as restrições no atendimento, as UPAs não registraram filas. No entanto, alguns familiares de pessoas internadas nas unidades com sintomas da Covid-19, passam as madrugadas aguardando notícias sobre o estado de saúde dos familiares. 

A dona de casa Elisandra Souza da Silva, 42 anos, moradora da vila São José, no Partenon, passou a noite sentada em uma cadeira, em frente ao Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul  (PACS), aguardando informações sobre o marido, que  apresentou sintomas da doença na noite de segunda-feira. “Eu o trouxe por volta das 21h. Estava com falta de ar. Ele foi encaminhado para atendimento e até agora não me deram nenhuma informação de como ele está”, reclamou a dona de casa, por volta das 10h desta terça-feira. 

Já a diarista Marlene da Silva Ribeiro, de 39 anos, moradora do bairro Cavalhada, apresentou sintomas leves da doença e também procurou o PACS. Ela foi encaminhada para a UBS Camaquã, perto de sua casa, onde muitas pessoas com sintomas da Covid-19 também aguardavam atendimento. “Estou esperando ser atendida há duas horas”, afirmou. 

Foto: Alina Souza 

Alta demanda 

De acordo com uma funcionária da UBS, a demanda de atendimentos para pessoas que apresentam sinais da doença tem sido grande. “Aqui elas são atendidas por quatro clínicos, em dois turnos, que fazem a avaliação e depois, se necessário, são encaminhadas para fazer o teste da Covid-19 em algum hospital ou local credenciado”, explicou. 

Segundo o coordenador Municipal de Urgências da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), Diego Fraga, as quatro UPAs da Capital estão enfrentando uma situação de superlotação dos serviços de emergência. Ele destacou que a orientação é priorizar o paciente grave. “Chegamos em um momento crítico da pandemia. No interior das UPAs temos pacientes com necessidade de oxigênio e outros estão com ventilação mecânica. Nossa orientação é que as pessoas com sintomas leves da doença procurem a sua unidade de saúde de referência”, ressaltou. 


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