Farmácias de Porto Alegre restringem venda de produtos não essenciais

Farmácias de Porto Alegre restringem venda de produtos não essenciais

Decreto do governo estadual passa a valer nesta segunda-feira

Cláudio Isaías

Decreto do governo estadual passa a valer nesta segunda-feira

publicidade

Diversas farmácias de Porto Alegre, desde a manhã desta segunda-feira, trataram de evitar o acesso de clientes a produtos não essenciais. Na rua dos Andradas, a equipe da Farmácias Associadas tratou de colocar fitas que impediram o acesso a produtos como algodão, acetonas e esmalte. Em uma farmácia localizada na avenida Borges de Medeiros, um gerente, que pediu para não ser identificado, explicou que os funcionários tiveram que fazer uma "verdadeira corrida" contra o tempo para isolar os produtos não essenciais.

"Muitos clientes estranharam o fato de restringir o acesso aos itens não essenciais", comentou. Em uma outra rede localizada na rua da Praia, esquina com a avenida Borges de Medeiros, a funcionária Renata Siqueira disse que passou boa parte da manhã explicando aos consumidores o que poderia ser comercializado no estabelecimento. "As pessoas estavam com dúvidas e perguntavam o que poderia ser adquirido", comentou. 

A restrição à comercialização desses itens, em farmácias, era reivindicada por varejistas desde o ano passado. Empresas do chamado comércio não essencial argumentavam que era uma injustiça econômica do ponto de vista de concorrência, mas, principalmente, estimulava a circulação de pessoas nos estabelecimentos, como é o caso das farmácias. A circulação de pessoas é exatamente o que o governo do Estado tenta reduzir neste momento da pandemia do coronavírus. 

Os funcionários de uma filial de uma grande rede de farmácias, localizada na rua Doutor Flores, abriram a loja já com as medidas de ajustes feitas nos itens não essenciais. A farmácia oferecia ao clientes itens de maquiagem e outros acessórios. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) considera que maquiagem e outros itens não essenciais não devem estar ao acesso dos consumidores.

Moradora do bairro Santana, a dona de casa Eva Pereira, que estava acompanhada da filha Fernanda, lamentou o momento de restrições. "A gente gosta de dar uma conferida nos produtos, mas entendemos que o momento é extremamente delicado. Medidas precisam ser adotadas para evitar aglomerações", ressaltou.

O técnico em contabilidade Nelson Sampaio, morador do bairro Teresópolis, que comprou medicamentos em uma farmácia do Centro Histórico, afirmou que poderia haver a proibição da superlotação nos estabelecimentos farmacêuticos, mas não a restrição da comercialização dos produtos. "Os funcionários das farmácias poderiam, por exemplo, fazer o controle de ocupação da loja. "Novos clientes somente entrariam nas lojas ou nas farmácias se não houvesse superlotação de pessoas", acrescentou.   

 


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895