Farmácias de Porto Alegre restringem venda de produtos não essenciais
Decreto do governo estadual passa a valer nesta segunda-feira
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Diversas farmácias de Porto Alegre, desde a manhã desta segunda-feira, trataram de evitar o acesso de clientes a produtos não essenciais. Na rua dos Andradas, a equipe da Farmácias Associadas tratou de colocar fitas que impediram o acesso a produtos como algodão, acetonas e esmalte. Em uma farmácia localizada na avenida Borges de Medeiros, um gerente, que pediu para não ser identificado, explicou que os funcionários tiveram que fazer uma "verdadeira corrida" contra o tempo para isolar os produtos não essenciais.
"Muitos clientes estranharam o fato de restringir o acesso aos itens não essenciais", comentou. Em uma outra rede localizada na rua da Praia, esquina com a avenida Borges de Medeiros, a funcionária Renata Siqueira disse que passou boa parte da manhã explicando aos consumidores o que poderia ser comercializado no estabelecimento. "As pessoas estavam com dúvidas e perguntavam o que poderia ser adquirido", comentou.
A restrição à comercialização desses itens, em farmácias, era reivindicada por varejistas desde o ano passado. Empresas do chamado comércio não essencial argumentavam que era uma injustiça econômica do ponto de vista de concorrência, mas, principalmente, estimulava a circulação de pessoas nos estabelecimentos, como é o caso das farmácias. A circulação de pessoas é exatamente o que o governo do Estado tenta reduzir neste momento da pandemia do coronavírus.
Os funcionários de uma filial de uma grande rede de farmácias, localizada na rua Doutor Flores, abriram a loja já com as medidas de ajustes feitas nos itens não essenciais. A farmácia oferecia ao clientes itens de maquiagem e outros acessórios. A Secretaria Estadual de Saúde (SES) considera que maquiagem e outros itens não essenciais não devem estar ao acesso dos consumidores.
Moradora do bairro Santana, a dona de casa Eva Pereira, que estava acompanhada da filha Fernanda, lamentou o momento de restrições. "A gente gosta de dar uma conferida nos produtos, mas entendemos que o momento é extremamente delicado. Medidas precisam ser adotadas para evitar aglomerações", ressaltou.
O técnico em contabilidade Nelson Sampaio, morador do bairro Teresópolis, que comprou medicamentos em uma farmácia do Centro Histórico, afirmou que poderia haver a proibição da superlotação nos estabelecimentos farmacêuticos, mas não a restrição da comercialização dos produtos. "Os funcionários das farmácias poderiam, por exemplo, fazer o controle de ocupação da loja. "Novos clientes somente entrariam nas lojas ou nas farmácias se não houvesse superlotação de pessoas", acrescentou.