Feira do Peixe abre sua 242ª edição em Porto Alegre

Feira do Peixe abre sua 242ª edição em Porto Alegre

Expectativa é que a edição atual retome números de edições anteriores à pandemia

Felipe Nabinger

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A 242ª Feira do Peixe de Porto Alegre traz para o Largo Glênio Peres, no Centro Histórico, vendedores e consumidores de peixe com promoções e expectativa de boas vendas até a sexta-feira, dia 15 de abril. De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e Turismo (SMDET), a expectativa é que a edição atual retome números de edições anteriores à pandemia, quando eram comercializadas mais de 300 toneladas de pescados por ano, com mais de 100 mil visitantes.

São cerca de 40 bancas, atendendo das 8h às 20h. “Vim procurar filezinho, o que tiver mais em conta. Sou de Canoas e estou trabalhando em Porto Alegre, aproveitei para vir hoje ver o preço dos peixes”, diz auxiliar de produção Michele Lima, 38. Ela conta que a pandemia impediu de reunir a família, mas que antes dela chegava a receber 40 familiares em casa na Sexta-Feira Santa. “Está todo mundo vacinado, as minhas tias todas com a terceira dose”, explica Michele.

Salete Morschbacher, 69, pensionista e moradora de Viamão procurava as melhores ofertas. “Estou achando meio salgado. A ideia é fazer um peixe assado recheado com camarão, que já tenho. E para as crianças um filé de tilápia”, revela. Ela espera reunir mais de dez familiares.

Já a aposentada Alice Soares, 68, foi até o local para garantir o almoço do dia, sem se preocupar com a data especial. “Eu respeito, mas aproveitei para garantir o almoço. Achei boa a oferta e o vendedor disse que tinha pouco espinho e como tenho muitos netos resolvi levar”, afirmou, ressaltando o cuidado de vô para evitar acidentes com a espinha dos pescados. 

As bancas projetam bons números neste ano. O pescador e comerciante Alexandre Machado de Oliveira, 48, desde criança, aos 12 anos, já acompanhava o pai na feira. “Fazia quase três anos que não participava devido a pandemia. O tempo vai ajudar e o preço está bom”, garante. Oliveira afirma que dois tipos de peixes são seu carro-chefe. “A tainha e a corvina são os peixes que vendem mais”.

Diferente dele, Talisson César Machado, 28, é um estreante na feira. Ele foi contratado para trabalhar em uma outra banca. “A expectativa nossa é que saia bastante promoção e os clientes fiquem satisfeito com nossas vendas”, afirma. Embora novato, Machado já mostra conhecimento da dinâmica do público da feira. “A procura já está boa, mas o movimento aumenta mesmo da quarta para a quinta-feira”, garante.

Início das vendas teve atraso

Embora sem reclamação por parte dos feirantes, a venda dos pescados apresentou atraso no primeiro dia. Divulgada para iniciar às 8h, as primeiras horas ainda foram de preparação da infraestrutura. A energia elétrica dos estandes foi estabelecida no começo da manhã, bem como o fornecimento de água. Nas primeiras horas, quem passou pelo local viu os expositores sem nenhum peixe. 

Gilmar da Silva Coelho, presidente da Colônia de Pescadores Z5, uma das organizadoras da feira junto com a Associação dos Pescadores e Piscicultores do Extremo Sul (Appesul), diz que esse atraso  não atrapalhou. “Normalmente abrimos na terça-feira. A segunda-feira é para mais para organização mesmo. Essas questões são coisas que acontecem no início”, disse. Segundo ele, a venda do peixe assado e o funcionamento das quatro bancas de alimentação começaria à tarde.

Embora a execução seja das associações, a prefeitura, por meio da SMDET, dá apoio institucional à feira. “Esta é uma das mais antigas feiras da cidade, que praticamente nasceu com Porto Alegre e, agora, será retomada na proporção que merece depois de dois anos de restrições. Ela é de extrema importância para economia, principalmente para os pescadores locais”, afirma o titular da praça, secretário Vicente Perrone.

A abertura da feira foi na Ilha da Pintada, no dia 3 de abril, contando com mais de 600 pessoas e venda de cerca de 300 almoços. Na próxima quarta-feira, começam as feiras na Esplanada da Restinga e na praça de Belém Novo, que também permanecem até sexta-feira. Além das bancas de pescados, haverá venda de hortifrutigranjeiros, vinhos e artesanatos. Na Restinga, destaque também para a banca de peixe vivo.

Mercado Público com horário especial

O Mercado Público, que também conta com bancas que comercializam peixe, terá horários especiais por canta da Páscoa. Até quarta-feira, o horário de funcionamento é das 7h30 às 20h, sendo ampliado na quinta-feira até às 21h. Na sexta-feira, o atendimento é reduzido, sendo realizado das 7h30 às 13h.

No sábado, o horário é normal, das 7h30 às 18h30, ficando fechado no domingo. A Associação do Comércio do Mercado Público Central (Ascomepc) reforça, no entanto, que o Mercado estará aberto nestes horários, mas que cada banca poderá definir seu funcionamento de acordo com suas necessidades.


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