"Fiz o que achava que deveria ser feito", diz ex-funcionário que salvou mais de 15 pessoas

"Fiz o que achava que deveria ser feito", diz ex-funcionário que salvou mais de 15 pessoas

Érico Paulus Garcia também afirmou que enquanto trabalhava na Boate Kiss, ele nunca teve o treinamento para incêndio

Sidney de Jesus

Érico foi um dos sobrevivente da noite do incêndio

publicidade

O policial militar Érico Paulus Garcia, barman da Boate Kiss na época do incêndio, e conseguiu salvar entre 15 a 20 pessoas naquela noite, conforme relatou no julgamento do caso, no Foro Central, em Porto Alegre. Questionado pelo promotor David Medina da Silva se ele se considerava um herói, o ex-funcionário disse: "Só fiz o que achava que deveria ser feito". Ele lembrou, ainda, que ajudou no salvamento até o final. "Ajudei até a carregar os corpos no caminhão", enfatizou.

Ao ser questionado pelo juiz Orlando Faccini Neto como o incêndio começou, Érico afirmou que o fogo teria iniciado quando Marcelo de Jesus dos Santos , o vocalista da banda, ergueu o artefato pirotécnico e fagulhas pegaram na espuma. "Eu estava cinco metros de distância, mas vi que ele cantava e pulava com o artefato aceso na mão", destacou o sobrevivente, lembrando que o réu usava uma luva na mão que segurava o artefato.

Durante o depoimento, Érico Paulus Garcia lembrou, ainda, que  era comum o uso de velas com fagulhas em garrafas de espumante na boate Kiss e destacou que no início do incêndio uma pessoa alcançou o extintor para o vocalista da banda. "O extintor não funcionou ou o Marcelo não soube disparar", afirmou o sobrevivente, que acredita que tinham cerca de mil pessoas na boate na noite da tragédia. 

O barman disse também que Marcelo não avisou para as pessoas saírem da boate quando o fogo começou. "Havia placas indicativas para saída da boate, mas não sei precisar se estavam no local adequado", disse Érico, que destacou que o fogo teve início quando tocava a música "Alto, em cima, alto, em cima". "As chamas se alastraram rapidamente", ressaltou. O sobrevivente também afirmou que na época que trabalhava na boate, ele nunca recebeu treinamento para caoss de incêndio.  


Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895