França decreta novo confinamento a partir de sexta para conter a Covid-19

França decreta novo confinamento a partir de sexta para conter a Covid-19

Restrições serão válidas até, pelo menos, 1º de dezembro

AFP e AE

Macron anunciou novo confinamento para segurar alta de casos de Covid-19

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O presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou nesta quarta-feira um novo confinamento nacional para conter o aumento de casos de Covid-19, ressaltando que as medida tomadas até agora na contenção do coronavírus não foram "suficientes". As medidas de restrição começam a valer a partir da sexta-feira e vão durar pelo menos até 1º de dezembro.

Bares, restaurantes e estabelecimentos comerciais não essenciais vão fechar, mas diferentemente do confinamento de dois meses, imposto entre março e maio, as escolas vão permanecer abertas, segundo Macron, que fez um discurso transmitido pela televisão. "O vírus circula na França a uma velocidade que nem sequer os prognósticos mais pessimistas tinham previsto", disse o presidente francês, que anunciou também ajudas aos negócios que necessitarem, em um auxílio mensal de até 10 mil euros, e à manutenção de empregos.

As fábricas e as instalações agrícolas poderão continuar funcionando e os serviços públicos permanecerão abertos para limitar a paralisação econômica. Assim como na primavera, os franceses "poderão sair de casa apenas para ir ao trabalho, ao médico, para ajudar um parente, fazer compras essenciais ou sair brevemente para tomar ar", enumerou Macron.

Serão exigidas declarações por escrito que justifiquem a saída, acrescentou, sugerindo que voltarão a ser impostas multas aos infratores. "Se em duas semanas tivermos a situação sob melhor controle, poderemos reavaliar as coisas e esperamos abrir alguns negócios, em particular para as festas de Natal", disse. "Espero que possamos comemorar o Natal e o Ano Novo com a família", acrescentou.

Caso a situação melhore nas próximas duas semanas, alguns negócios poderão ser reabertos. Mais detalhes serão anunciados amanhã pelo primeiro-ministro, Jean Castex. "Não é possível ter uma economia próspera quando há um vírus circulando pela nação", afirmou Macron, ressaltando o desafio único que a pandemia representa, e pedindo unidade aos franceses.

"Se não tomarmos medidas drásticas, os médicos terão que escolher entre pacientes", indicou, ressaltando que esforços estão sendo feitos na melhora do sistema de saúde, mas que em curto e médio prazo é necessário conter a circulação do vírus, "se não por nós mesmos, por quem amamos". "O vírus está ganhando força à medida que a temperatura está caindo", lembrou, em referência à chegada do inverno. Macron chegou a dizer que um novo lockdown não era "viável" para ele, mas que foi a solução diante da escalada de casos.

Nas últimas 24 horas, 372 novos pacientes com Covid-19 deram entrada em unidades de terapia intensiva, elevando a mais de 3.000 o número de doentes em UTIs em todo o país.

O temor é, antes de tudo, de uma saturação destas unidades, onde mais da metade dos leitos disponíveis já estão ocupados em um país que registrou o recorde de 50.000 contágios em um único dia, os 35.000 óbitos desde março e o milhão de casos.


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