Funcionários da Carris iniciam paralisação parcial na madrugada desta quinta-feira

Funcionários da Carris iniciam paralisação parcial na madrugada desta quinta-feira

Empresa aceitou proposta, apresentada pelo TRT, para circulação de 65% da frota em Porto Alegre

Eduardo Andrejew

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Funcionários da Carris iniciam, na madrugada desta quinta-feira, uma paralisação em protesto contra o projeto de lei do Executivo 013/21, que abre a possibilidade de desestatização da empresa. Mesmo com a mobilização, 65% da frota vai circular por Porto Alegre, conforme o que foi definido em acordo entre Carris e Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte (Stetpoa) em reunião realizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (TRT-RS) na terça-feira.

Se o percentual for cumprido, a Carris se compromete a não buscar a prestação de serviços por meio de outras empresas e a não descontar o dia de paralisação do salário dos trabalhadores. Da parte dos funcionários fica o compromisso de não operar abaixo dos 65% da frota. Se ocorrerem outras paralisações, o Sindicato deverá comunicar o Tribunal, para a realização de novas audiências de mediação. A reunião foi conduzida pelo vice-presidente do TRT-RS, desembargador Francisco Rossal de Araújo. Nas negociações estavam presentes representantes do Stetpoa, da empresa, da Prefeitura e da Comissão de Funcionários da Carris.

De acordo com o vice-presidente da Comissão dos Funcionários da companhia, Marcelo Weber, a mobilização se inicia a partir das 3h desta quinta-feira, em frente ao portão principal, na Rua Albion. Neste momento, a comissão vai definir quais trabalhadores vão parar. Ele acrescenta que alguns funcionários já procuraram antecipadamente a comissão e avisaram que pretendem trabalhar. A tendência é que o protesto tenha um impacto muito menor do que a paralisação realizada no dia 23 de agosto, quando funcionários e sindicato fecharam o portão principal da empresa e apenas 30% da frota entrou em operação.

Durante esta quinta, outra assembleia será realizada entre os funcionários para decidir se a paralisação prosseguirá por mais dias.

Assessoria de imprensa da Empresa Pública de Transporte e Circulação de Porto Alegre (EPTC) informou que vai “monitorar a circulação e o atendimento aos passageiros de ônibus, desde as primeiras horas da manhã”. Um esquema especial no transporte coletivo da cidade só será promovido se houver necessidade.

O Stetpoa, embora tenha acatado a decisão dos funcionários, anunciou que não pretende participar da mobilização. Segundo o presidente do sindicato, Sandro Abbáde, a entidade defendia a paralisação total por entender que esta seria a única forma de pressionar o prefeito Sebastião Melo a rever sua decisão de não retirar o PL 013/21 da Câmara Municipal de Porto Alegre. “Não participaremos do movimento, a comissão decidiu por outro caminho. Se formos lá é para parar 100%”, declarou.


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