Funcionários de hospital em Osório entram em greve por tempo indeterminado

Funcionários de hospital em Osório entram em greve por tempo indeterminado

Empregados protestam pelo atraso dos salários e o não pagamento do 13° de 2017

Jessica Hübler

Funcionários de hospital em Osório entram em greve por tempo indeterminado

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Em greve por tempo indeterminado, desde quinta-feira, os funcionários do Hospital Beneficente São Vicente de Paulo, em Osório, no Litoral Norte, protestam pelo atraso dos salários, o não pagamento do 13º salário de 2017 e também por conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que não está sendo creditado.

Conforme o vice-presidente do do Sindicato dos Profissionais de Enfermagem, Técnicos, Duchistas, Massagistas e Empregados em Hospitais e Casas de Saúde do Estado do Rio Grande do Sul (Sindisaúde-RS), Julio Appel, cerca de 70% do hospital estava paralisado  nesta sexta-feira. A paralisação foi aprovada pela categoria em assembleia realizada no dia 8 deste mês. "Tentamos negociar e não adiantou, então entramos em greve. Esperamos que a população do município nos apoie e sinta o impacto de um hospital quebrado", ressaltou.

Conforme Appel, o trabalhador da Saúde não pode ser visto como voluntário. "Todos têm contas para pagar e uma vida pessoal. Tem gente que perdeu a casa e também a guarda dos filhos pelo atraso dos salários", enfatizou.

Realidade

De acordo com o superintendente administrativo do Hospital Beneficente São Vicente de Paulo, Milton Dias, o que os funcionários estão reivindicando através da greve "é realmente a realidade". "O hospital continua gerando déficit e isso acaba sendo agravado pelos constantes atrasos nos repasses dos recursos por parte do Estado", explicou.

Segundo ele, a maior parte das finanças é oriunda do repasse estadual que, se chegasse corretamente à instituição, possibilitaria o pagamento dos salários em dia. Dias admitiu que há atraso no pagamento dos salários, que o 13º de 2017 não foi pago e que o FGTS também não é creditado, tudo por conta da crise nas finanças da instituição. Sobre o FGTS, que estava com problema de recolhimento, a solução deve chegar ainda em julho. "Criamos uma ferramenta e vamos conseguir incluir no orçamento do hospital", disse.

O atraso dos salários é, conforme Dias, por conta do atraso nos repasses do Estado. Os funcionários que recebem até R$ 1,3 mil, já foram pagos e, quem possui salário superior, já registra um atraso de sete dias no pagamento. "Nossa maior receita é do Estado, que só começa a repassar os recursos depois que fecha a folha salarial. Vivemos nessa inconstância. A folha, este mês, acabou dia 13 e até agora não recebemos nada. Esperamos que seja na segunda-feira, mas está complicado", indicou.

Sobre o 13º salário, ele afirmou que o hospital pediu apoio para a prefeitura e para a Câmara de Vereadores do município, para que seja possível efetuar o pagamento. "Os dois órgãos devem fazer um rateio a um valor mensal para que, a partir do dia 30 deste mês, possamos começar a pagar o 13º, o que deve ocorrer de forma parcelada", destacou.
A Secretaria Estadual da Saúde informou que, o que está em aberto, é a competência de abril dos incentivos estaduais, que soma R$ 281 mil e venceu em 30 de maio.

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