Funcionalismo retoma atividades, mas vai paralisar novamente nesta terça

Setores do funcionalismo público do Rio Grande do Sul retomaram as atividades nesta segunda-feira após duas semanas de paralisação em função do parcelamento de salários feito pelo governo do Estado. No entanto, professores e servidores da Segurança Pública, além das demais categorias, devem paralisar novamente nesta terça para tentar barrar a votação de projetos polêmicos que estão previstos para amanhã na Assembleia Legislativa e na próxima semana.

No entanto, segundo o presidente da Associação Beneficente Antonio Mendes Filho (Abamf), associação que representa os policiais militares de nível médio, Leonel Lucas, a atividade da Brigada Militar ainda sofre consequências em função do parcelamento de salários. De acordo com Lucas, o número de policiais nas ruas deve permanecer reduzido enquanto os salários não forem pagos em dia.

“A (atividade) da Brigada continua com a operação-padrão. Vai continuar enquanto tiver o parcelamento (dos salários). E amanhã mais mobilizados dentro da Assembleia Legislativa. Nós estamos fiscalizando as nossas viaturas, se há condições de trabalho, como coletes, armamento. E também a questão dos atestados médicos, caso os brigadianos não tenham condições psicológicas de trabalhar. É só a população olhar na rua e ver se tem brigadianos. A melhor resposta está aí na rua”, assegurou Leonel Lucas.

Projetos referentes ao ajuste fiscal apresentado pelo Palácio Piratini, que podem ser votados nesta terça-feira, pois estão tramitando em regime de urgência, são os principais motivos para a paralisação do funcionalismo. O mais polêmico é o PLC 206, que propõe o congelamento dos salários no próximo ano. O ato deve contar ainda com o apoio de centrais sindicais.

As remunerações do mês passado tiveram a segunda parcela, de R$ 800, depositada na noite de quinta-feira. A terceira parcela, de R$ 1 mil, está disponível para saque nesta segunda, segundo a Secretaria da Fazenda. Assim, 61% do total de 347 mil matrículas terão o salário integral quitado. Outros R$ 400 devem ser depositados nesta terça. A quinta e última parcela dos salários de agosto, para quem recebe acima de R$ 2,8 mil, precisa legalmente ser paga até 22 de setembro.