Gestão avalia mudanças na Capital nos 15 anos de Fórum Social

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Cidade avançou no acolhimento das crianças de rua, mas na área de segurança houve retrocesso

Jézica Bruno

Secretário Busatto destacou a falta de efetivo para das segurança à população

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O processo pelo qual Porto Alegre passou nos últimos 15 anos, especialmente sob a perspectiva da gestão pública, foi debatido nesta quinta-feira no Fórum Social Mundial (FSM). Uma das áreas com maior avanço registrado está a que cuida do acolhimento de crianças de rua, no entanto, a segurança pública lidera como um dos maiores retrocessos vivenciados na cidade.

De acordo com o secretário municipal de Governança Local Cesar Busato, no começo dos anos 2000, um dos grandes temas que geravam preocupação era o das crianças de rua, que somavam cerca de 600. “Isso saiu de pauta, porque as crianças foram atendidas e acolhidas por um programa chamado Ação de Rua, que foi muito bem sucedido”, explicou, ressaltando que atualmente esse número está em pouco mais de uma dezena.

As carroças nas ruas também permeavam como uma polêmica, segundo ele. O problema foi enfrentado pelo programa Todos Somos Porto Alegre. “Eram quase 8 mil carroças no começo de 2000, hoje são 100 ou 200 para serem eliminadas”, esclareceu. O Programa de Saúde da Família (PSF) também mereceu destaque. Em 2004 haviam 48 equipes, hoje são 208. “Cerca de 50% da cidade está sendo atendida pelas equipes que visitam as casas”, afirmou o secretário.

Segurança piorou

Em contraponto, na segurança pública houve agravantes. “Era um tema importante, mas não fomos capazes de enfrentar o problema e agora é um tema prioritário”, pontuou. Busato destacou a falta de efetivo e a insegurança vivenciada pela população nas ruas. “Somos corresponsáveis, já que as prefeituras não têm uma força policial”, observou.

Para ele, no entanto, o problema da criminalidade não vai ser resolvido com mais repressão policial. “Mas juntando todas as forças da sociedade e começando a examinar o que está faltando na Vila Cruzeiro, por exemplo, para ver o que está acontecendo com os jovens e porque há tanta morte lá. Será que não estão carecendo de uma atenção maior, seja na perspectiva de futuro, na escola ou no trabalho?”, ressaltou.

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